quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

De Volta ao Senhor dos Anéis

Muitos irão me tacar pedras, mas é triste afirmar: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit - An Unexpected Journey, EUA, 2012) é um filme apenas mediano. A volta de Peter Jackson ao universo de "O Senhor dos Anéis" resulta-se em uma obra fria, sem emoção e (desnecessariamente) longa.



"O Senhor dos Anéis" tornou-se uma das sagas mais amadas do cinema desde "Star Wars". A expectativa em torno de O Hobbit talvez seja a mesma que George Lucas enfrentou ao lançar "A Ameaça Fantasma" em 1999. Desde a sua consagração no Oscar de 2003, Peter Jackson fez poucos filmes e teve uma carreira bastante regular: Ele realizou o sonho de dirigir a superprodução "King Kong", brincou de fazer desenho em "As Aventuras de Tintim" e mostrou que não nasceu para ser um diretor minimalista em "Um Olhar do Paraíso". O Hobbit é a sua chance de voltar ao seu habitat natural: A Terra Média. E Peter é um fã confesso da obra de J.R.R. Tolkien.


Na verdade, O Hobbit é um filme bem diferente de "O Senhor dos Anéis"-  Ele é mais light e infantil. O humor, por exemplo, aumentou em doses cavalares. Os anões são uns personagens bobos que fazem piada o tempo inteiro e o protagonista Bilbo Bolseiro (Martin Freeman, da série "The Office") mais se parece com o Renato Aragão da Terra Média.


O protagonista Martin Freeman é um ator de televisão que ainda não fez muito sucesso no cinema. Ele já participou de comédias como "Chumbo Grosso" e "Todo Mundo Quase Morto", mas O Hobbit é definitivamente a sua grande chance de brilhar. Desde o início do projeto, Martin era o escolhido de Peter Jackson para protagonizar a trama. Por compromissos profissionais, o ator teve que desdenhar o convite e Peter simplesmente paralisou as gravações por três meses (!) para poder esperar o ator.


A presença de Martin no elenco deixa O Hobbit com um ar mais leve e humorístico. E por mais que ele se desdobre para segurar o filme por mais de três horas de projeção, o grande alicerce do longa é a presença do mago Gandalf e de todos os outros personagens que vimos em "O Senhor dos Anéis".


Os olhos brilham quando Gollum surge em cena. Quase dez anos afastam esse O Hobbit de "O Retorno do Rei", então seria ótimo que todos dessem uma revisada nos longas anteriores para poderem entender melhor este aqui. Sem tempo e sem saco de fazer isso? Então se joga sem medo de "boiar na maionese".


Na verdade, nós queríamos que O Hobbit fosse "O Senhor dos Anéis". Mas não é. E devemos conviver com isso. Esperamos que os próximos longas sejam um pouquinho melhores.

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