quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Hobbits em uma Jornada Previsível

Desde 2003, ao final da trilogia de “O Senhor dos Anéis”, fãs da saga aguardam o retorno dos hobbits às telinhas e finalmente chegou a hora do primeiro filme da nova trilogia baseada no livro “O Hobbit”, de J. R. R. Tolkien. Este é O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (“The Hobbit: An Unexpected Journey”, EUA/Nova Zelândia, 2012), de Peter Jackson.


O filme narra a história do jovem Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), tio de Frodo, quando ele foi chamado para uma aventura como o 14o membro de uma trupe de anões ao lado do mago Gandalf (Ian McKellen). O grupo é liderado por Thorin (Richard Armitrage), o herdeiro ao trono de Erebor, que procura reinstituir seu reino, destruído pelo dragão Smaug (Benedict Cumberbatch), que o invadiu atrás do grande tesouro do rei da Montanha Solitária. Mas um hobbit não é uma criatura habituada a missões épicas e Bilbo agora deve aprender a lidar com trolls, espadas, orcs e longas, longas horas de caminhada pela Terra Média.


Publicado em 1937, o livro finalmente ganha sua versão cinematográfica. Através de técnicas usadas na trilogia de “O Senhor dos Anéis”, Peter Jackson traz o espectador de volta à Terra Média, muitos anos antes da volta de Sauron, no prelúdio que introduz Bilbo ao anel. Curiosamente, Jackson, que comprimiu os três livros do anel de 1571 páginas em três filmes, agora expande “O Hobbit”, cujo livro tem meras 310 páginas em três longos filmes, acrescentando detalhes que o leitor desconheceria, originários do outros livros de Tolkien como “Silmarillion” e “Contos Inacabados”. Desta forma, o espectador recebe muito mais informação sobre os personagens e criaturas numa trama que se resolverá somente em 2014 ao fim da nova trilogia de filmes.


Com este filme, Jackson também é o pioneiro em filmar e exibir seus filmes em 48 quadros por segundo, isto é, no dobro da velocidade normal cinematográfica. Jackson alega que, ao utilizar essa técnica, ele atinge um olhar mais realista para o filme, principalmente em suas versões 3D. Para isso, a produção fez uso de nada menos que trinta câmeras RED Epic, uma das melhores câmeras digitais atualmente, abandonando o processo da película, que havia sido utilizado na primeira trilogia.


Apesar da impecabilidade de Jackson em termos técnicos e de seu conhecimento sobre o universo de Tolkien, o filme peca no roteiro. Com falas previsíveis e ações esperadas, o filme perde o teor sombrio de “O Senhor dos Anéis” e foca em cima de um tônus cômico mais próximo ao público infantil e pode assim decepcionar muitos fãs.


Ainda assim, o filme é épico e seria impossível carregar o mesmo peso da trilogia anterior, já que afinal O Hobbit não trata do possível fim da Terra Média. Com magos excêntricos e a divertida turma de anões, o filme vale ser visto, mas como fã, não aumente suas expectativas.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...