terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Uma Chuva Com Amor


O Mesmo Amor, A Mesma Chuva (“El Mismo Amor, La Misma Lluvia”, 1999, Argentina) é o quarto longa-metragem dirigido por Juan José Campanella. Como se não bastasse, é também o primeiro trabalho do diretor com os atores Ricardo Darín e Soledad Villamil. Esse trio viria a dar excelentes frutos ao cinema argentino, mas isso é assunto que trataremos no futuro não tão distante. Então, voltemos para o nosso filme. Como o título já adianta, trata-se de uma história de amor, regada com humor e uma pitada de drama.




Campanella leva para a tela a história de Jorge (Ricardo Darín),uma jovem promessa da literatura argentina que ainda vive de contos românticos escritos para uma revista de atualidade. Numa noite de forte chuva, avista, pela primeira vez, Laura (Soledad Villamil), uma camareira que adora contemplar a chuva e perder-se em pensamentos. A sua maior preocupação é por noticias de seu namorado, um artista que vai ao Uruguai expor seus trabalhos, mas a notícia não vem. Os dois começam um relacionamento. Laura logo nota o talento de Jorge e passa a apoia-lo a escrever literatura de “verdade”. No entanto, com as idas e vindas da convivência, a relação de desgasta e eles rompem. Com um toque de humor, drama e, em alguns momentos, um certo sarcasmo, veremos o quanto um coração pode suportar ao acompanharmos a história desse casal.


Apesar de ter colecionado prêmios e indicações pelos festivais internacionais, a críticos argentinos fizeram severas observações quanto a superficialidade e a “falta” de originalidade do trabalho do diretor. Para quem não sabe, Campanella viveu muitos anos nos Estados Unidos dirigindo vários episódios de séries como Law & Order. Afirmam ter ele uma visão estrangeira de seu próprio povo e de usar referências hollywoodianas em seu trabalho. Ora, não é possível pensar em cinema sem citar, sem se basear em experiências adquiridas com o decorrer de nosso amadurecimento cinematográfico. E de onde vem as nossas referências?


Acusam ser “enlatada” esta película ganadora del Premio Condor de Mejor Película. Em parte, eles estão certos. O filme não se aprofunda nas questões políticas e sociais que rodam os personagens. Prende-se numa história de amor que perpassa os anos. Não se trata de uma tempestade que nos mostra o quanto somos vulneráveis e sim uma chuva. Uma chuva com amor. 

















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