sexta-feira, 24 de maio de 2013

Datilografando o Passado


Em meio a era digital, vemos inúmeras pessoas passando mais tempo em frente a uma tela de computador do que fazendo qualquer outro tipo de atividade. Porém, antes das CPU’s, existiam as máquinas de escrever, instrumentos que hoje são praticamente desconhecidos. Mas, graças ao filme A Datilógrafa ("Populaire", França, 2012) as pessoas de gerações mais recentes poderão fazer uma pequena viagem ao passado e conhecer o que era possível ser feito com essas “belezuaras”.


O longa se passa nos anos 50, algum tempo depois da Segunda Grande Guerra. Nessa época, ser secretária era considerado ideal para as mulheres. Por isso, a jovem Rose Pamphule (Déborah François) tinha o sonho de um dia conseguir alcançar este cargo, tendo como principal trunfo a sua arte de digitar extremamente rápido. Sendo assim, ela sai de sua cidade para ir atrás do emprego de secretária/datilógrafa no escritório de seguros de Louis (Romain Duris), que ao presenciar as habilidades de Rose a contrata com o intuito de treiná-la para participar de uma competição bem excêntrica: a de datilógrafa mais rápida do mundo.


Todo esse enredo é muito bem montado e transmitido para plateia no formato de uma comédia romântica descontraída e com alguns pontos bem engraçados. Mas, além de tentar divertir (quesito no qual é muito bem sucedido), o filme exibe, mais para o final, a pequena rixa entre a França e os Estados Unidos. Rivalidade que teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial e que, aparentemente, continua. O longa aborda esse tema no pequeno embate para saber que tem a mais rápida datilógrafa e a melhor máquina de escrever do mundo.


O filme também irá atrair muitos fãs nostálgicos de longas que foram lançados na época (anos 50). Isso porque ele também trata da relação social de homens contra mulheres. As diferenças entre os gêneros é muito bem destacada com a ingênua história de um casal formado por partes extremamente teimosas e orgulhas. Essa temática não sai da fórmula e também consegue arrancar boas risadas do público em geral.


Por fim, A Datilográfa, infelizmente, não deverá atrair tantos brasileiros às salas de cinemas, mais pelo ainda forte preconceito do grande público com as produções francesas. Muitas pessoas acham que qualquer filme europeu se direciona só para indivíduos classificados como “intelectuais”. Contundo, para quem se permitir furar este bloqueio e ir assistir ao longo, com toda certeza terão duas horas bem agradáveis e divertidas.

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