terça-feira, 21 de maio de 2013

Bielinsky: Da Crise Se Faz o Marco



Com bons roteiros que retratam a realidade argentina mesclando com a dinâmica das escolas americanas, o cinema argentino vem conquistando um público cada vez maior, aqui em terras brasileiras. Filmes como O Segredo dos Seus Olhos (“El Secreto de Sus Ojos”, 2009), Medianeiras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual (“Medianeras”, 2011), Um Conto Chinês (“Un Cuento Chino”, 2011), demonstram a força e a aceitação do chamado “novo cinema” argentino. Mas quando surgiu esse “novo cinema”?



Para fins didáticos, muitos críticos têm apontado como o grande marco da sétima arte portenha o filme de estreia de Fabian Bielinsky – falecido precocemente –, Nove Rainhas (“Nueve Reinas”, 2000, Argentina). Escrito e dirigido por ele, o filme mescla os problemas sociais e econômicos de uma Argentina em forte crise político-econômico a uma trama de suspense e ação, bem à moda de Hollywood. Seu sucesso foi tanto que ganhou um remake nas terras do Tio Sam.


Nove Rainhas conta a história de Marcos (Ricardo Darín) e Juan (Gastón Pauls), dois estelionatários que se conhecem por acaso e juntos planejam um grande golpe envolvendo uma coleção de selos chamada “Nove Rainhas”, que poderá mudar suas vidas. A primeira vista, o filme pode aparentar ser ralo ou de pouca apreciação, mas trata-se de uma crítica ao setor monetário do país na época. Cidadãos têm que se valer de práticas ilícitas para sobreviver nessa realidade cruel. Podemos comparar essa história às inúmeras que relatam nos livros os efeitos colaterais do “Crash” de 1929.


Apesar de ainda ter uma série de associações ao filme, não posso me estender, pela simples de não macular a obra. É tão intensa e dinâmica que qualquer informação a mais retira a surpresa da história. O que posso adiantar é que para quem se impressionou com o filme A Aura (“El Aura”, 2005), segundo e último de Bielinsky, terá em Nove Rainhas a certeza da genialidade do diretor.
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