Pouco conhecido, mas muito aguardado, chega finalmente ao cinema a nova adaptação de Bonitinha, Mas Ordinária (Brasil, 2012). Originalmente concebida como uma peça por Nelson Rodrigues, o filme mostra muito bem as características inconfundíveis que fazem deste um dos maiores teatrólogos do Brasil. Embora esta adaptação seja muito feliz na hora de prestar homenagem ao tricolor, como cinema, ela deixa a desejar.
O filme é mais uma transcrição da obra para o cinema do que uma tradução propriamente dita. Se perguntar se BMO funciona ou não é se perguntar como as idiossincrasias de Nelson Rodrigues se comportam na tela grande. De fato, o texto ainda possui a mesma força e impacto que tinha desde a sua noite de estréia. Outras coisas não tiveram o mesmo peso. Os diálogos, por exemplo, marca do escritor, ficaram quadrados ao serem transportados para os dias de hoje. É claro, frases épicas como “no Brasil todo mundo é Peixoto!” ainda possuem a sua força.
A direção também ficou muito presa ao teatral. Grande parte das cenas não possui nenhuma ação, apenas falas. O diretor tentou reverter isso com uma avalanche de close-ups que ficaram excessivos, dava quase pra sentir o desconforto do ator com a câmera bem colada na sua cara. Os atores também sofreram com isso, tirando os dois personagens femininos principais, as atuações ficaram over. E já que estamos falando das atuações, quase todas elas ficaram over. O único papel que conseguiu se sustentar assim foi o de Maria Cecília.
As mazelas da classe alta do Rio de Janeiro são facilmente o maior gancho desse filme. Algo que não precisa de muito esforço para nos chocar e incomodar. Isso junto com a história envolvente conseguem nos levar até o fim. Mais qualquer olhar mais treinado vai perceber as rachaduras nessa estrutura.

O filme é mais uma transcrição da obra para o cinema do que uma tradução propriamente dita. Se perguntar se BMO funciona ou não é se perguntar como as idiossincrasias de Nelson Rodrigues se comportam na tela grande. De fato, o texto ainda possui a mesma força e impacto que tinha desde a sua noite de estréia. Outras coisas não tiveram o mesmo peso. Os diálogos, por exemplo, marca do escritor, ficaram quadrados ao serem transportados para os dias de hoje. É claro, frases épicas como “no Brasil todo mundo é Peixoto!” ainda possuem a sua força.
A direção também ficou muito presa ao teatral. Grande parte das cenas não possui nenhuma ação, apenas falas. O diretor tentou reverter isso com uma avalanche de close-ups que ficaram excessivos, dava quase pra sentir o desconforto do ator com a câmera bem colada na sua cara. Os atores também sofreram com isso, tirando os dois personagens femininos principais, as atuações ficaram over. E já que estamos falando das atuações, quase todas elas ficaram over. O único papel que conseguiu se sustentar assim foi o de Maria Cecília.
As mazelas da classe alta do Rio de Janeiro são facilmente o maior gancho desse filme. Algo que não precisa de muito esforço para nos chocar e incomodar. Isso junto com a história envolvente conseguem nos levar até o fim. Mais qualquer olhar mais treinado vai perceber as rachaduras nessa estrutura.
