Sabe quando você lê uma história de terror e tem sempre alguém fugindo e essa pessoa acaba dando voltas em círculos nunca conseguindo fugir do vilão? Pois então, acho que esse é o caso de Joe Hill. O autor de Fantasmas do Século XX com certeza deve ter crescido ouvindo histórias de terror com finais surpreendentes. Mas hoje em dia no auge de minha ceticidade tais finais são basicamente impossíveis, tudo já foi feito antes de alguma outra forma, com outra disposição. Poderíamos dizer o feitiço vira contra o feiticeiro ou alguma outra coisa desse tipo pois, à parte um ou dois contos, Joe Hill sempre acaba voltando pro mesmo lugar.
Nessa série de 17 contos ele tenta em alguns momentos se desprender de uma literatura de terror original, mas sempre acaba enfiando um ou dois itens que retomam tudo isso, como se quase tivesse conseguido fugir mas na verdade o vilão estava bem ao lado. Um grande exemplo disso é o conto “Pop Art” que é brilhante, curto e extremamente profundo e que se não fosse pelo recorrente problema do protagonista ter um pai negligente teria conseguido fugir da literatura enlatada.
Alguns contos são bem interessantes, outros nem tanto o que acaba tirando a vontade do leitor seguir em frente. Vale a pena conferir alguns deles, como o já citado anteriormente “Pop Art” e “Encurralado”. Para quem gosta de terror o livro é uma boa diversão.
A obra poderia ter deixado com aquele “gostinho de quero mais” se tivesse acabado de maneira diferente, ainda não entendi porque não colocaram o melhor conto no começo ou no final. Um conto prometedor no começo teria instigado o leitor a procurar por mais ao longo do livro, mas não foi o que aconteceu. Com isso, acredito que apesar de possuir alguns bons pontos o conjunto deles deixou a desejar. Ele quer fugir, mas acaba no mesmo lugar.
