terça-feira, 1 de março de 2011

FILOSOFILMES: Fantasia Desnecessária

A série de videogames "Final Fantasy" é uma das mais populares e lucrativas do mundo, sempre trazendo novidades relacionadas a história e gráficos. Infelizmente a fantasia não foi tão grandiosa quando chegou as telonas pela primeira vez com o episódio "Spirits Within",  desagradando pelo fraco enredo e por não ter nenhuma ligação com os jogos. Numa tentativa de suprir esta carência, a Square-Enix (produtora dos games) resolveu apostar em mais um longa, dessa vez baseado na encarnação mais famosa da série videogamística, nasce a animação Final Fantasy VII Advent Children (Japão, 2005).


Dois anos se passaram desde a história de Final Fantasy VII, a cidade de Midgar está em ruinas como o preço da conquista da paz. Entretanto, uma nova ameaça está por vir. Uma doença misteriosa se espalha rapidamente, e antigos inimigos irão ressurgir para perturbar a vida solitária de Cloud Strife.



A idéia inicial era fazer um curta metragem com cerca de trinta minutos para homenagear os fãs e resolver algumas questões da história do game. Porém, motivada a ter lucros, eles esticaram a produção para uma hora e quarenta minutos, resultado? Muitas decepções. A trama do longa carece de inspiração, fica parecendo apenas uma desculpa esfarrapada para reunir todos os seus personagens favoritos, usando todos os golpes que você viu no jogo com qualidade gráfica infinitamente superior. Isso dá pena, visto que a história do game é inspirada e incomparávelmente mais bonita e envolvente.



O excesso de lutas surge para preencher um roteiro "vazio", e fica a sensação de ser algo forçado, aliás tudo é tão frenético que é capaz de você não entender nada do que está se passando na tela, mesmo com eventuais "slow-motions". Uma parte em que Cloud vai até o céu com a ajuda de seus amigos é, no mínimo, ridículo. O vilão do game também retorna de maneira nem um pouco convincente, sendo apenas uma desculpa para ter a batalha "Cloud VS Sephiroth" no seu DVD.



Apesar de todos os pesares, há pontos positivos. A qualidade gráfica da animação impressiona, agradando a todos, principalmente fãs de longa data da série videogamística. As músicas também são ótimas, sendo muitas vezes novas versões dos arranjos do game, incluindo a famosa "One Winged Angel", que é melhor que no jogo.



Talvez o maior pecado desta animação é ser uma continuação direta do game, já que a história deste se "esgota" sozinha e não dá brechas para uma sequência. Se fosse um prólogo, ou remake com os melhores momentos do jogo, haveria chances de se salvar. É verdade que os jogadores se encherão de nostalgia, e muitos adolescentes adorarão as cenas de "pancadaria que ninguém entende nada". Se você é  fã ardoroso do game, há chances de gostar do longa, mas tirando isso, a decepção é certa.



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