Acabou a espera. Depois de cinco anos de seca, sai um novo disco do Strokes. E que disco...
Vou direto ao ponto: Angles é um ótimo disco. Diria que é um retrato genuíno da banda. Nele, encontramos os elementos clássicos dos Strokes: Encontramos Julian Casablancas arranhando a garganta em seus gritos, encontramos duas guitarras dialogando sem parar, encontramos Fab Moretti fazendo ritmos simples com sua bateria. Se nos dessem Angles para ouvir sem nos dizer nada a respeito, diríamos sem hesitar: É Strokes.
Bem, quanto ao single Undercover Of Darkness, já disse alguma coisa numa outra coluna. Ao meu ver, é a melhor música do disco e lembra muito o clima do primeiro album Is This It. A faixa carrega algo de Hard To Explain. Mas enfim, ao ouvir o Angles, uma outra faixa também me chamou muito a atenção por ser incrívelmente boa. É Taken For a Fool, quinta música do disco. Ao ouvir repetidas vezes, tinha a impressão de que escutava algo que já conhecia de outro lugar. Não sabia com o que parecia, se era com The End Has No Endou com On The Other Side ou com alguma outra música... Até que percebi que aquilo era algo inteiramente novo, mas com o estilo inconfundível da banda. Era Strokes em seu estilo mais clássico.
No começo do ano, o baixista da banda, Nikolai Fraiture, disse em uma entrevista que Angles é um trabalho que se assemelha mais aos dois primeiros discos da banda. Concordo plenamente. As músicas tem a cara e o clima dos trabalhos antigos, da época em que o Strokes tinha um certo estilo de Garage Band. É evidente que a sonoridade amadureceu bastante de lá pra cá, mas algumas músicas ainda assim remetem os old times da banda, como Machu Picchu, You're So Right e até a Undercover Of Darkness.
Estou muito satisfeito com o novo disco do Strokes. Continuam fazendo seu som de alta qualidade sem deixar a peteca cair. Mas, pelo visto, o trabalho de criação do disco não foi muito confortável para eles, em algumas entrevistas, disseram que trabalharam separados de Julian Casablancas, uma vez que, nos outros discos, ele compunha a maioria das coisas. Agora, após a divulgação de Angles, eles disseram que tem mais coisas vindo por aí, que talvez voltem para os estúdios. Quem sabe, né...
Agora, pra fechar, vou deixar o link de uma estrevista que o Julian Casablancas deu à revista inglesa NME na qual fez uma análise track-by-track do novo disco. Clique AQUI!
