Preconceito e discriminação existem desde que o mundo é mundo nos mais diversos grupos. A luta pelo respeito é árdua, e quando se trata de uma coletividade pode demorar literalmente séculos. Em homenagem as mulheres, todo oito de março comemora-se o seu dia internacional. Nada melhor que trazer Terra Fria (North Country EUA 2005), que mostra a força de uma mulher para ser aceita em uma sociedade agressivamente preconceituosa.
Josey Aimes (Charlize Teron) quer é um trabalho decente para colocar comida em casa e criar bem seus filhos, e com isso consegue um emprego nas minas perto da cidade. Sendo a única mulher a trabalhar lá, é ameaçada, insultada, cobiçada, desprezada e atacada por uma sociedade machista.
Este filme é adaptado do romance que conta a história verdadeira de Lois Jenson. O objetivo principal do longa é fazer o espectador refletir, por isso não espere um final necessariamente feliz, e os mais sensíveis desligarão o DVD com lágrimas nos olhos de angústia, não de tristeza. Um dos fatores mais revoltantes é que nem a própria família apoia a Josey; o pai dela se sente humilhado de sua filha trabalhar no mesmo lugar que ele, e o filho sente vergonha da notoriedade que ela vai conquistando.
O início é parado e com diálogos que não contribuiem para a história que se propõe, depois de trinta minutos a trama começa a se tornar envolvente, mesmo sendo previsível. Algumas coisas parecem importadas de novelas ou folhetins, como o estereótipo de "bom moço" de dois personagens (Glory e Bill). A atuação de Charlize Teron é excepcional, merecidamente indicada ao Oscar de melhor atriz em 2005.
Terra Fria é o retrato de uma sociedade machista e agressivamente discriminatória. Apesar da trama ser "pesada", fica algum sentimento de otimismo na hora em que os créditos estão subindo. No final das contas é um bom filme, apesar das falhas.