sábado, 12 de março de 2011

Joe Coyne? Judas Hill?

Judas Coyne foi um astro egocêntrico do rock’n roll, mas aos 54 anos já não era mais uma estrela apesar de continuar com o próprio ego maior que o mundo. Quase toda sua banda já havia morrido e Jude seguia em uma carreira solo emplacando alguns hits. Ele não era um cara ruim, mas também não se mostrava dos mais carinhosos, pelo menos não gostaria de se mostrar assim.


Logo no começo conhecemos seu fiel assistente Danny, um cara quase desprovido de personalidade, que aceitava tudo e todos. Seu passado era sombrio e assustador, o que havia acontecido não tinha sido exatamente com ele mas sim a sua volta. Estava sempre ávido a ajudar e a ser o cara mais subserviente que Jude havia conhecido.

Então nos deparamos com Geórgia, a mais nova aquisição namorada do roqueiro. Esse não era realmente seu nome, mas Jude gostava de chamar cada um de suas conquistas pelo nome de seus estados natais, coisa que quase nenhuma delas gostava pois isso só as lembrava de passados que gostariam de esquecer, de pessoas que não eram mais. Geórgia era uma jovem gótica que conhecera Jude na boate de striptease onde trabalhava. Por mais que não aparentasse, logo no começo ela também acaba se tornando outra pessoa muito submissa a ele.

Judas Coyne era um cara estranho de barba comprida que adorava colecionar objetos bizarros. Foi por isso que se deparou com algo muito estranho, alguém vendendo um fantasma na internet lhe chamou a atenção. O anúncio dizia que era só comprar o paletó que o morto iria atrás dele. Jude não pensou duas vezes e arrematou o lance. Assim que o paletó chega na casa de Jude uma sucessão de estranhos fenômenos começam a acontecer. No dia seguinte, querendo devolver o objeto, acaba descobrindo que está conectado ao morto dono do paletó preto. Mas aí já é tarde demais, não adiantava mais devolver, o fantasma agora era dele e ele tinha vindo com uma só missão: destruir Jude e todos que tentassem ajudá-lo.


A história se desenrola numa aventura frenética de Judas e Geórgia tentando fugir e, ao mesmo tempo, liquidar o morto de alguma maneira, e ao longo da tal “estrada da noite” eles vão descobrindo e se afundando na história por trás daquele paletó preto. O autor consegue assustar em alguns momentos, mas a obra em si fica um pouco prolixa lá pela metade do livro. Em algumas partes ele parece tutelar o leitor de tal maneira que acaba perdendo a obscuridade para a qual conseguira atraí-lo momentos antes. Técnicas de escrita a parte, A Estrada da Noite cumpre seu dever de aterrorizar o leitor, só faltou deixá-lo aterrorizado o tempo inteiro. Acho que o ego de Joe Hill Judas Coyne atrapalhou um pouco.

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