Herb (Coréia do Sul 2007) é daqueles para mostrar aos seus amigos falando que nem todo longa Coreano é uma gritaria e termina em tragédia. Esses elementos até existem ao longo do filme, mas o foco é mostrar a vida da protagonista, e traçar paralelos com a realidade.
Sang-Eun é uma mulher de vinte anos que tem a mentalidade de uma menininha de sete. Seus amigos são da sua idade mental, assim como a série em que estuda no colégio. Mesmo assim, ela se apaixona pelo policial Jong Bom, imaginando-o como um príncipe encantado vindo de filmes típicos da Disney. Simultaneamente ela terá de lidar com a doença de sua mãe, que foi diagnosticada com câncer.
O filme pretende mostrar a realidade de uma menina com problemas mentais de forma otimista. Algumas cenas são cômicas mesmo com o drama sendo o foco principal. Várias questões são propostas, mas a que mais chama atenção é saber como a menina viverá se a sua mãe for vencida pela doença.
O policial inicialmente pensa que a Sang-eun é uma advogada bem sucedida, e acaba alimentando alguma paixão por ela. Ele muda radicalmente a "forma de amar" quando descobre a verdade sobre a menina, sendo uma espécie de irmão mais velho que deduzimos que irá protegê-la, mesmo com algumas cenas desconstruindo essa afirmação (em uma eles até se beijam), talvez na tentativa de mostrar os sentimentos confusos do próprio personagem.
O final é propositalmente ambíguo, para cada espectador tirar suas próprias conclusões sobre os rumos de cada personagem. É um filme que estimula a reflexão, e é um retrato de que pessoas com alguma forma de retardadamento mental podem se esforçar e viver em sociedade. É longe de ser perfeito, e muitos poderão dormir ao longo da projeção. Herb é entretenimento cerebral, e não sentimental.
