Pânico pode não ser o melhor filme de terror de sua época mas com certeza assustou e marcou as noites de muitos adolescentes mais de uma vez. Não é a toa que foram produzidas lucrativas sátiras da obra. Também não posso deixar de falar que todos conhecemos, lembramos e já repetimos várias vezes a mais célebre frase do nosso querido Ghostface.

Pânico sempre utilizou da mesma receita em todos seus filmes: um assassino mascarado, psicopata, conhecido das vítimas e que mata pessoas pelas mais obscuras razões, mas uma coisa que ele sempre soube inovar foram os motivos do homicida em série. Todas as sequências de Pânico colocaram a vítima cara a cara com um assassino real, uma pessoa como todas as outras, como a vítima, o que fez com que fosse realmente acreditável que a protagonista Sidney sempre conseguisse escapar.

O quarto e mais novo episódio da saga não foi muito diferente, colocou os velhos sobreviventes juntos novamente e ainda enfiou mais uma leva de novos personagens adolescentes para não fugir do hábito. Em Pânico 4 (Scre4m, EUA, 2011) Sidney Prescott (Neve Campbell) volta a cidade dez anos depois para lançar seu livro e acaba reencontrando a presunçosa ex-repórter Gale Weathers (Courteney Cox) e o agora xerife Dewey Riley (David Arquette), mas assim que chega as mortes começam a acontecer e de alguma maneira estão sempre ligadas a nossa preciosa Sidney.

Ainda assim Wes Craven conseguiu inovar, tanto no motivo moderníssimo do assassino quanto na linguagem do filme. Não que tenha sido lá muito original, mas foi realmente novo para o estilo de Pânico. O diretor e roteirista tentaram adaptar nesse filme uma metalinguagem cinematográfica escancarada nas falas e na história. E não é que deu certo? A ficção conseguiu arrancar risadas dos espectadores com ótimas tiradas dos personagens e referências aos mais diversos filmes. Mas, sinceramente, só acredito que tenha dado certo devido ao peso do elenco original reunido.

Por fim, a imagem da obra continuou a mesma mas ainda conseguiu surpreender um pouco. A história flui muito bem, e conta com alguns atores razoalvemente conhecidos fazendo graça de seus próprios papéis fora do filme. Fora o poder da série, do elenco e de um enredo parcialmente bom, a produção não conseguiu assustar muito. Ainda assim, Pânico nunca deixa de ser imperdível. E que venham as sequências, se a Neve Campbell não cobrar demais.
