Em um estilo já muito conhecido de lenda urbana, Wes Craven, diretor da trilogia Pânico, lança um thriller comercial que talvez só tenha graça para os amantes do gênero. A Sétima Alma (My Soul to Take, 2010) não trás grandes novidades, mas pode ser um ótimo entretenimento para madrugadas de pipoca e edredom.
O filme se passa na pequena cidade de Riveton, aterrorizada por um misterioso estripador com dupla personalidade (ou alma). Quando o assassino finalmente é descoberto, entra em confronto com a polícia e quase morre. No caminho para o hospital a ambulância perde o controle, o corpo do estripador desaparece e ele é dado como morto. Nesta mesma noite, sete crianças nasciam na cidade. Dezesseis anos se passam e sobrevive uma lenda de que o estripador de Riveton voltaria para se vingar com aqueles que nasceram no dia de seu desaparecimento. Fatalmente, é o que acontece. Aos poucos cada um dos jovens é morto e cabe a Bug (Max Thieriot), um dos sete, desvendar os segredos por trás dos assassinatos e manter-se vivo.
A ação se desencadeia rapidamente no início do longa, desaparece em um segundo momento e volta a ser forte apenas no terceiro quarto da produção. Isso faz com que o filme perca no que poderia ser um clímax nervoso. O sangue já se torna banal nas primeiras cenas e deixa de impressionar. A falta de qualidade dos efeitos também pesa contra a obra.
O diretor consegue confundir em certos momentos, porém a ideia é pouco original e as conclusões não são intensas. Com personagens bastante fracos, as atuações são aceitáveis. O clima claro e brando consegue ter algum êxito na medida em que a maioria das mortes acontecem durante o dia. As pequenas contradições que quase comprometem a verossimilhança do filme já são corriqueiras neste gênero de suspense adolescentes e talvez não façam tanta diferença.
Em um momento em que os filmes de terror e suspense passam por uma reforma geral e que sangue e mortes não comovem mais o público, Wes Craven vem com um clássico das ultimas décadas que não consegue oferecer grandes emoções. Ainda assim, o diretor é muito seguro no estilo que o consagrou. Para os fãs de filmes como Halloween, Boca do Inferno, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado e o próprio Pânico, A Sétima Alma pode chegar a ser muito empolgante.