Após rodar o mundo e ser aclamado em diversos festivais, finalmente o brasileiríssimo Girimunho (Brasil, 2011) chega à terrinha para encantar seu próprio povo. Com tomadas lentas e convidando sempre à reflexão, talvez o longa não seja do tipo que mais se enquadra ao público local. Ainda assim, a obra de Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina tem cheiro de Brasil e uma singularidade que consegue capturar qualquer um que se disponha em uma poesia atemporal.
Deixando a pobreza apenas como plano de fundo e tratando o sertão com olhos diretos, o filme conta a história de uma senhora comum, que vive, sofre, sente, aguenta e vai levando. Mais do que isso, Bastú tem uma vida inteira para recordar. Após a morte de seu acomodado marido, o beberrão Feliciano, ela decide que não vai se deixar abater. Satisfeita com sua postura durona, Bastú inicia uma viagem por seus próprios sentimentos e lembranças enquanto tenta preparar a neta para o mundo. Pequenos conflitos permeiam a produção e, de leve, instigam. Entre eles estão as referências interpretativas de um suposto fantasma do falecido e as incertezas sobre a relação cultivada pelo casal ao longo dos anos.
A obra explora belas imagens e um roteiro simples, contando com uma graça sublime que tramita pela própria natureza retilínea dos personagens. A ideia é explorar os sentimentos provocados pela arte mais do que o roteiro. O longa conta ainda com um grande apelo cultural, que passa suave pelos noventa minutos de projeção. Com uma visão bem particular, somos corrompidos por temas como família, tempo, velhice, saudade, força e amor. A trilha sonora conduz a história e completa bem o clima já proposto com leveza e energia. As letras das canções, ponto ressaltado no próprio roteiro, também são fundamentais para uma profundidade intensa no que tem de popular, cultural e filosófico do filme. Por tudo isso, a atmosfera gerada é o que define a obra.
Com pouquíssimas reviravoltas (a maior delas é a morte de Feliciano), a película consegue prender pela beleza. A mistura entre o que são as personagens e os atores dá vida a uma proposta de pureza. O carisma da protagonista passa por aí. Com jeitinho, cada escolha da produção conquista. Até nos momentos em que perturba, o filme é doce e, por vezes, retira alguns sorrisos de graça do espectador. Como contraponto e reiterando, o estilo contemplador e vago não é o que há de mais familiar ao público e distancia Girimunho das grandes bilheterias. É o típico filme que tem sucesso limitado aos festivais.
Deixando a pobreza apenas como plano de fundo e tratando o sertão com olhos diretos, o filme conta a história de uma senhora comum, que vive, sofre, sente, aguenta e vai levando. Mais do que isso, Bastú tem uma vida inteira para recordar. Após a morte de seu acomodado marido, o beberrão Feliciano, ela decide que não vai se deixar abater. Satisfeita com sua postura durona, Bastú inicia uma viagem por seus próprios sentimentos e lembranças enquanto tenta preparar a neta para o mundo. Pequenos conflitos permeiam a produção e, de leve, instigam. Entre eles estão as referências interpretativas de um suposto fantasma do falecido e as incertezas sobre a relação cultivada pelo casal ao longo dos anos.
A obra explora belas imagens e um roteiro simples, contando com uma graça sublime que tramita pela própria natureza retilínea dos personagens. A ideia é explorar os sentimentos provocados pela arte mais do que o roteiro. O longa conta ainda com um grande apelo cultural, que passa suave pelos noventa minutos de projeção. Com uma visão bem particular, somos corrompidos por temas como família, tempo, velhice, saudade, força e amor. A trilha sonora conduz a história e completa bem o clima já proposto com leveza e energia. As letras das canções, ponto ressaltado no próprio roteiro, também são fundamentais para uma profundidade intensa no que tem de popular, cultural e filosófico do filme. Por tudo isso, a atmosfera gerada é o que define a obra.
Com pouquíssimas reviravoltas (a maior delas é a morte de Feliciano), a película consegue prender pela beleza. A mistura entre o que são as personagens e os atores dá vida a uma proposta de pureza. O carisma da protagonista passa por aí. Com jeitinho, cada escolha da produção conquista. Até nos momentos em que perturba, o filme é doce e, por vezes, retira alguns sorrisos de graça do espectador. Como contraponto e reiterando, o estilo contemplador e vago não é o que há de mais familiar ao público e distancia Girimunho das grandes bilheterias. É o típico filme que tem sucesso limitado aos festivais.
