Tem gente que quer fazer um filme bom e ele sai bom. Tem gente que quer fazer um filme bom e ele sai ruim. Mas e quando o cara quer fazer um filme ruim, mas que ao mesmo tempo seja bom? Esse é o caso de À Toda Prova ("Haywire", EUA/Irlanda, 2011), o novo filme de Steven Sonderberg ("Onze Homens e um Segredo"). A história de uma agente secreta (a lutadora de MMA, Gira Carano) enganada por Ewan McGregor, fugindo do Magneto Michael Fassbender, atrás do nunca tão latino Antonio Banderas e sem saber se pode acreditar no Michael Douglas.
Eu confesso que não sei ainda qual foi a intenção de Sonderberg. A Toda Prova é um filme de ação incrivelmente bem dirigido e as cenas de lutas ganharam (e muito) com a presença de protagonista que é lutadora de verdade na vida real. Porém, o filme parece uma grande piada com as obras de ação. É tudo caricato, brega e aleatório, mas, ao mesmo tempo, sério, como se fosse um filme "de verdade". Durante a sessão, você não sabe se senta, relaxa e aproveita as mentiras à sua frente ou se ri das cenas esdrúxulas.
Em uma delas, Mallory (Gira Carano) persegue um bandido e ele acerta uma bandeja enorme na cara dela. Ela não só não cai nem sangra, como pega outra bandeja e acerta nas costas dele, que já corria bem à frente. Enquanto ela era super-ultra resistente, o bandido caiu que nem banana madura no chão ao levar a bandejada nas costas e ficou se contorcendo. Das duas uma: ou ela é extremamente forte ou o cara é um bandido muito do sensível e do zé-ruela.
Portanto, caro leitor, prepare-se. O filme tem lá seus defeitos e não pode, em hipótese alguma, ser levado a sério. Agora, se você se despir de toda e qualquer expectativa, vai aproveitar bastante e dar ótimas risadas. À Toda Prova é um filme ruim. Mas, no fim das contas, é bom.
