sábado, 7 de abril de 2012

Sentimento Substantivo



Ah, a amizade. Como já cantava Rita Lee, é o amor sem sexo e é disso aqui que vamos tratar e talvez mais um pouco. Essa palavra capaz de nos mover e enganar. Quando somos deixados levar por falsos amigos ou quando os verdadeiros nos dão aquele abraço apertado tão necessário, é desse mesmo vocábulo a origem de “tudo”. Um ponto de amor e outro de medo, a linha vai suturando os furos. A nossa manta de sentimentos.


Falaremos hoje de Um Amigo Meu (“Ein Freund Von Mir”, 2006), dirigido e escrito pelo ator alemão Sebastian Schipper e estralado pelos incríveis Daniel Brühl e Jürgen Vogel. Um filme de pouco reconhecimento e praticamente zero indicações. Uma película fantasma? Bem, para mim é realmente assustador ver como esse história é conhecida por poucos. Não por ser realmente incrível, mas pelo simples fato de tratar de um tema tão comum à maioria deveria ser no mínimo mais popular. É engraçado como algumas histórias tão boas às vezes são substituídas por enlatados e papéis em branco, enfim.


Não vá criando altas expectativas, vá desarmado, deixe o cérebro no quarto e sente no sofá com o coração na mão. Vemos o herói da história com medo de simplesmente viver, Karl (Daniel Brükl) tem temor de quase tudo e aceita qualquer tipo de ordem sem pensar duas vezes, até mesmo a de sair de seu bem sucedido cargo em uma empresa de seguros automobilísticos para uma posição qualquer numa locadora de carros. Mesmo com a proposta absurda de seu chefe – com a intenção de conseguir alguma reação dele – o zumbi vivo aceita de cabeça baixa e vai. É lá que ele encontra Hans (Jürgen Vogel), um ser de espírito livre e completo oposto a Karl. Dando início a quase um choque cultural e a uma aula diária sobre existir.


Um terceiro personagem entra e a palavra Amor se sustenta em nosso mural. Temos agora um conto sobre amizade, medo de viver e paixões. Quase uma receita para aqueles com receio de gritar alto em público e sobre a mão disponível para nos ajudar quando a queda parece grande. Precisamos de pessoas para quase tudo, alguns sentimentos só existem se compartilhados e isso que chamamos de vida só tem graça com pontos de virada. Essas palavras substantivas podem se tornar verbos, bastar sairmos do lugar e um primeiro bom passo é alugar esse filme.
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