
Às vezes a gente não quer escrever, se expressar, tirar de dentro o que já quase transborda. Falta vontade de proclamar a arte ainda não vista. Por isso nos encontramos impotentes, cheios de pressão interna e completa inércia ao lado de fora. O quarto filme do Ciclo Alemanha nos tira de um ponto comum e nos leva para uma realidade de amor já explorada, aqui tratada com um novo olhar.
Max (Juergen Vogel) descobre estar com câncer
pancreático e tem apenas um curto tempo de vida. Decidido a aproveitar ao
máximo esse período, ele rouba todas as economias de seu chefe e passa a sonhar
com praias no México. Durante a fuga, ainda em uma típica autoestrada alemã, ele
sofre um acidente e seu carro vai parar dentro de uma fazenda. Mesmo desacordado, é retirado do veículo pela doce e forte Emma (Jordis
Triebel), que passa a cuidar dele. A jovem mora e cuida sozinha de sua
propriedade, mas enfrenta problemas financeiros e está prestes a perder seu
patrimônio se não pagar as altas dívidas que possui.
A história, como uma alegoria para o fim
da vida e o amor, desabrocha em uma zona rural da Alemanha. A Sorte de Emma (“Emmas Glück”, 2006) é o filme de
fazer rir, pensar e chorar. Daquelas histórias cheias de clichês básicos e
quando você está desatento BANG, a narrativa já te baleou e seu coração está
ferido. Pelo meio dos olhos da personagem principal, vamos misturando aspectos
delicados e extremamente maduros quando se trata da morte, da construção e
perda de um afeto. Por isso sinta-se a vontade para já começar a preparar seu
kit médico porque o seu peito está prestes a doer.