sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dhalia Negra

Depois de Walter Salles tentar a sorte no cinema de suspense hollywoodiano, agora Heitor Dhália está traçando o mesmo caminho com 12 Horas (Gone, EUA/2012). É uma proposta verdadeiramente interessante e quando o diretor de “O Cheiro do Ralo” aparece pra fazer um suspense, você quer saber no que vai dar. A boa notícia é que o resultado satisfatório. A má é que o diretor acaba se diluindo no processo.
Uma loirinha apagadinha que já deu a sua volta pelos filmes água com açucar agora é uma maluca que tem a irmã seqüestrada. A partir daí ela vai numa caçada neo noir e você sabe o resto. A história já é bem batida e, por mais que seja uma estrada conhecida, a caminho até lá é legal. A maioria do tempo ela anda de um lugar para o outro seguindo pistas, contando mentiras e fugindo da polícia. A atuação de Amanda Seyfried consegue segurar as pontas, mas quando a personagem requer um pouquinho mais ela fica soando meio adolescente.


Tentar enxergar como um filme do Heitor Dhalia nesse caso não é a mesma coisa que um filme de autor. Apesar da fotografia legal, a decupagem é bem simples, o que acaba tirando um pouquinho do charme do diretor. E definitivamente não explora todas as possibilidades desse roteiro. Durante toda a história, a sanidade da protagonista é posta em questão, mas esse já não é um recurso muito original. Se sobrou alguma coisa do diretor de “A Deriva” foi muito pouco. Chega até a dar saudades.


12 horas é surpreendentemente um bom filme, mas gera expectativas que acabam não sendo cumpridas. Dá pra ver ele como só mais um do gênero, o que seria um equivoco, porque há muito tempo o suspense não entrega um resultado com tanta consistência. É dificil categorizar um erro que deu tão certo. Foi legal como uma única experiência, mas o valor dela a longo prazo não rende muito.

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