SE PUDER...DIRIJA! (Brasil, 2013) é o primeiro filme nacional live action filmado em 3D. E se algum dia esse filme for lembrado, será só por isso mesmo. O resto, é melhor esquecer. O diretor Paulo Fontenelle, após dois documentários, decidiu (sem sucesso) se aventurar no terreno da comédia. Infelizmente, o seu filme, além de sofrível, não tem a mínima graça.
O fiapo de trama é só uma desculpa esfarrapada para o longa ter várias situações cômicas e participações especiais de famosos como Eri Johnson, Reynaldo Gianecchini e Bárbara Paz. Todos os atores só fazem pequenas participações em um filme ancorado pelo competente Luiz Fernando Guimarães, que é totalmente desperdiçado aqui.
O timming cômico da obra é praticamente inexistente e o longa sequer possui um capricho técnico que valorize o uso do 3D. O filme comete absurdos como, por exemplo, a cena de um bebê recém-nascido saindo da barriga todo limpo e corado. Se Puder... Dirija! só consegue nos tirar aqueles sorrisos amarelos de vergonha alheia.
É triste ver que o cinema nacional está descendo o nível das comédias para atrair um público que não costumava ir ao cinema. Filmes questionáveis como "De Pernas Para o Ar 2" e "Vai Que Dá Certo" chegaram na casa do milhão de espectadores, mas até quando o público vai engolir tantas comédias precárias? "Minha Mãe É uma Peça" é um raro exemplar de comédia requintada e inteligente que conseguiu atrair um fantástico público de mais de 4 milhões de espectadores. Essa é a prova definitiva de que não é preciso baixar o nível qualitativo para atrair as grandes massas. O cinema nacional parece que está na fase de produzir "qualquer coisa", qualquer coisa que dê dinheiro.
