domingo, 11 de agosto de 2013

Uma Coletiva com Perón

Para falar sobre o filme Puerta de Hierro, El Exílio de Perón (Argentina, 2012) nada melhor do que o próprio Perón. Demorou um pouquinho para bater que o diretor do filme, Victor Laplace, também era o seu ator principal. Já tendo interpretado Juan Perón antes no filme Eva Perón (não o da Madonna, o argentino), ele volta pra frente e pra trás das câmeras 6 anos depois para fazer o personagem bem mais velho. Se tratando de inclinações políticas, o diretor é enfático em dizer: “¡Soy Peronista!”.



Vicente começou a trabalhar em fábrica desde os 14 anos e sempre ouviu falar muito sobre o deposto presidente. O período do exílio que o filme retrata marcou muito ele. Foi daí que surgiu a sua paixão por interpretar Perón. “Quando surgiu o filme da Evita, com a Madonna, nós pensamos ‘Essa não é a história que queremos contar!’ Foi aí que partirmos para fazer o Eva” Relembra o ator sobre a primeira vez que encarnou Perón. Mas Vicente sempre quis falar sobre o Perón. Depois disso, voltar ao personagem foi mais fácil. Pelo menos como ator, como diretor surgiu a questão de como humanizar uma figura tão forte da política argentina até os dias de hoje.


A resposta para isso veio no único personagem fictício do filme: Sofia. A alfaiate serviu como um ponto de partida para o filme: Um personagem que não conhecia Perón e que ele poderia contar sua história para ela. “Eu queria fazer um filme com teor histórico mas também com um rigor humano.” Explica Vicente sobre a sua proposta com o filme. A humanização do personagem também serviu para fragílizá-lo: “Quando você pega uma figura como Perón e insere dúvida nele, isso é muito forte!” complementou.


Os questionamentos não ficam só na esfera do pessoal, o filme parte também para uma crítica política do estado em que a Argentina e toda a America Latina se encontram hoje. ”Ele foi um cara que entendeu a Argentina e o mundo 50 anos antes” afirma o diretor sobre a sonho do presidente de se tornar Brasil, Argentina e Chile um conglomerado econômico para combater a dominação dos blocos externos. Apesar das críticas que o filme faz, o diretor afirma que a própria Cristina Kirchner viu o filme e o elogiou.

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