Qualquer um de nós consegue listar sem maiores dificuldades uma infinidade de atores estrangeiros que construíram suas carreiras (quase) exclusivamente no cinema. Se formos pensar em brasileiros com a mesma trajetória, no entanto, a coisa fica um pouco mais complicada. No entanto, quando o assunto é Cinema Brasileiro tem um homem que se destaca: Wagner Moura. O ator é um dos raríssimos casos de brasileiros que começaram na telona e por lá ficaram. Mesmo tendo feito “desvios” pelo teatro e pela televisão, sempre com enorme sucesso, é de seu brilho na imagem projetada que os fãs sempre se lembram.
O ator baiano de 27 anos recebeu ontem, aqui no Festival de Gramado, uma homenagem por sua trajetória cinematográfica até agora, o troféu Cidade de Gramado. Antes da cerimônia ele conversou com a imprensa na base do jet-lag, já que havia voado por quase um dia inteiro vindo diretamente de Hollywood, onde participou da pré estreia de seu último trabalho, “ELYSIUM” (com Matt Damon e Jodie Foster). Nesse ótimo bate papo sobre sua carreira (palavra essa que ele repetidamente afirmou não gostar), Wagner falou sobre o início de sua trajetória e sobre alguns planos para o futuro.
Sempre muito simpático, disse que apesar de estar extremamente empolgado com sua estreia internacional não tem a ambição de traçar um caminho no cinema estrangeiro e que, como ator brasileiro, gosta mesmo é de filmar no Brasil. Em um momento mais politizado, quando perguntado sobre as manifestações que tomaram o país nos últimos meses, elogiou o levante do povo e criticou os governadores Sergio Cabral, do RJ, e Geraldo Alckmin, de SP. Mais tarde, ao discursar após a homenagem, emocionou a plateia e levantou aplausos ao dedicar seu troféu ao pedreiro Amarildo e seus filhos.