Depois de escrever sobre Kagemusha – A sombra do Samurai, resolvi pegar mais um longa do genial Akira Kurosawa. Hoje é a vez do épico Ran (Japão 1985),baseado na tragédia teatral Rei Lear de Shakeaspeare, sendo o filme japonês mais caro da história na época.
No século XVI, um senhor feudal decide dividir suas posses entre seus três filhos. Os mais velhos se tornam rivais e começam a lutar pelo controle total das terras. O filho mais novo, que quer se manter fiel ao pai, é banido pelos irmãos e é o único com coragem para lhe contar o que está acontecendo.
Assim como Kage.musha, este longa metragem conta com belíssimas paisagens, que são reflexos do extremo perfeccionismo de Kurosawa. Cada uma das cenas são milimetricamente pensadas, e as cenas de batalhas mais sangrentas parecem incrivelmente belas graças ao “olhar artístico” que o diretor imprime.
A história é uma livre adaptação da tragédia teatral Rei Lear de Shakeaspeare. Mesmo passada no Japão do século XVI, muitos se identificarão com o drama da desunião familiar quando a ganância está a frente de valores morais e sentimentais. Uma verdadeira lição de vida, e que pode levar os mais sensíveis as lágrimas.
Ran é mais um clássico de Akira Kurosawa, estando no mesmo nível de Kagemusha. A trilha sonora é bela, contando com instrumentos tipicamente japoneses, o que poderia ser negativo para nós ocidentais, mas não é. Tudo no filme está em perfeita harmonia e é obrigatório para os fãs do cinema-arte.
