Após chocar o mundo com "O Poderoso Chefão", Coppola lança, dois anos depois, a sequência da história da família Corleone. Como se um filme épico já não fosse o bastante, em O Poderoso Chefão - Parte II ("The Godfather - Part II, EUA, 1974) percebemos que, sim, estamos diante de algo sem precedentes na história do cinema.
Nesse filme são contadas duas histórias. Uma delas foca no reinado de Michael (Al Pacino) como Don e sua tentativa de expandir os negócios da família para a Costa Leste. Paralelamente, descobrimos como foi a infância e a juventude de Vito Andolini (Robert De Niro), que, depois de fugir da Itália, chega aos Estados Unidos e passa a ser chamado de Vito Corleone, nome de sua cidade natal. Morando em Little Italy, ele tenta conviver com a pobreza e sustentar a família. A situação muda quando ele mata Black Hand Fanuccim, que extorquia os comerciantes locais. Vito começa a ganhar respeito e poder, iniciando a caminhada para se transformar em Don Corleone.
Sabe tudo que o primeiro filme tem de bom? (Ou seja, tudo?) Pois bem, repita na Parte II, acrescentando 25 minutos. Indicado a 10 Oscars, faturou 6, incluindo Melhor Filme, se tornando a primeira sequência a realizar tal feito. Além disso, a interpretação, as falas em italiano e a similaridade de Roberto De Niro tanto com Marlon Brando quando com Al Pacino lhe renderam o Oscar de Melhor Ator. Foi a única vez na história que dois atores (ele e Brando, na Parte I) ganharam um Oscar pelo mesmo personagem.
Além de ser tecnicamente impecável, o filme mostra de maneira sublime as duas histórias paralelas. Com um roteiro perfeito da primeira a última página, as história de Michael e do jovem Vito se completam e levam o espectador a passar os longos 200 minutos grudados na cadeira.
Os mais assanhadinhos hollywoodianos podem até achar o filme lento (quem está acostumado a ver Duros de Matar da vida realmente pensará isso), mas a verdade é que, a despeito dos assassinatos e das perseguições, O Poderoso Chefão - Parte II não é um filme de ação. Nem é um drama familar. Ou um filme histórico sobre os EUA no século XX. É um épico. Ou, como está escrito na capa dos meus DVDs, um "Clássico". Eterno.
