Menos cotado da fenomenal trilogia de Francis Ford Coppola, O Poderoso Chefão - Parte III ("The Godfather - Part III", EUA, 1990) pode não ser tão fantástico quanto seus antecessores, mas é a conclusão que faltava para a saga de Michael Corleone (Al Pacino) e veio como um presente, 16 anos depois. Em outra época e com outros sonhos, mas com prioridades semelhantes, o Don finalmente iguala seu pai.
O diretor de fato não pretendia fazer uma “parte 3” para sua produção épica. Na verdade, Coppola queria apenas amarrar uma das histórias mais bem contadas pelo cinema com um epílogo. Inclusive por isso o nome do longa seria “A Morte de Michael Corleone”. Mesmo lutando para continuar com sua originalidade (ingrediente fundamental do diretor para o sucesso dos filmes), dessa vez a produção falou mais alto e a película acabou sendo vendida como a terceira parte de uma trilogia. Dessa vez, Michael está em torno dos 60, tentando redimir sua alma e a própria história da sua família. Enquanto ele corre em busca da legalidade e do perdão, é constantemente atormentado pela lembrança de seus pecados.
O filme chegou a receber 7 das mais cotadas indicações ao Oscar, entre elas Melhor filme, montagem e diretor. Mesmo assim, Sofia Coppola (filha do diretor e que interpretou a filha do Don Corleone) teve que sustentar os prêmios Framboesa de Ouro de Pior Atriz Coadjuvante e Pior Revelação de 1990 (ela ainda foi indicada a pior revelação da década, mas não levou). Seu papel, Mary Corleone, era inicialmente de Winona Ryder, que desistiu do trabalho. Melhor ou pior, pouco importa. A questão é que a terceira parte de O Poderoso Chefão não deixa a desejar em qualidade e é tão possível deixar de assisti-lo após os dois primeiros filmes quanto deixar deixar de lamber a tampa do Danone...