quinta-feira, 8 de março de 2012

Velho Oeste Marciano


Você provavelmente espera que eu vá falar de diligências flutuantes puxadas por seres esquisitos, duelos de pistolas laser, tavernas repletas dos seres mais diferentes que você já viu tomando drinks ainda mais exóticos, tudo isso num cenário desértico. Só que não. Ou você anda vendo Star Wars demais ou a sua imaginação é bem fértil. Seja como for, você não está completamente errado. O cenário do mais novo filme da Disney, "John Carter – Entre Dois Mundos" ("John Carter", EUA, 2012) é realmente desértico. Senhoras, senhores e indecisos, com vocês, Marte.



Estados Unidos, pouco depois do final da Guerra Civil. É aí que somos apresentados ao veterano capitão John Carter (Taylor Kitsch, o Gambit do "X-Men Origins: Wolverine"). Tiro vai, tiro vem, flecha vai, flecha vem (é, além de aliens tem índios), John acaba sendo transportado para Marte. Confesso que quando eu li na sinopse que ele seria “inexplicavelmente” transportado para Marte eu temi o pior, mas a verdade é que depois dos 10 minutos iniciais de ação ficou tudo bem explicado.



A primeira coisa que Carter repara quando chega no planeta é a diferença de gravidade, uma das poucas verdades físicas que os criadores do filme respeitaram. Já a primeira coisa que os telespectadores reparam é na beleza dos cenários produzidos por computação. São tão bons que deixam o ator perplexo (se você não entendeu que é brincadeira, você era motivo de piada no colégio e não sabia) e John acaba se tornando prisioneiro da raça dos Tharks, uma espécie de tartaruga ninja de 4 braços e sem casco (é, feio assim).



Enquanto prisioneiro, John aprende a língua nativa e descobre que sua força está descomunal. Misteriosamente, ele aprende a manusear uma espada (você há de convir que no velho oeste não devem haver muitas), que o planeta está morrendo e em guerra e, de quebra, conhece a princesa Dejah Thoris (Lynn Collins), pertencente ao “homens vermelhos”, que lembram um pouco gringos quando vem ao Rio e esquecem o protetor. Como não poderia ser diferente, o filme gira em torno do romance dos dois e da salvação de Marte.



O filme é bem longo e um pouco arrastado, mas serve pra passar o tempo. Ele é baseado em um livro que inspirou uma série em quadrinhos. O filme explica coisas que nos quadrinhos ficam em aberto e vice versa. Muita coisa no filme incomoda, como por exemplo a força do personagem que varia de “Super Homem” pra “Frango de Academia”, a existência de duas raças completamente diferentes, como diabos Marte suporta a vida dessas espécies já que é puro deserto. Mas o maior pecado é não explicar absolutamente nada sobre uma outra espécie que aparece no filme que é essencial a história. Mesmo sendo bem gravado e tendo uma animação belíssima, acho que as mentes por trás do filme viajaram bem mais que o protagonista.

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