sexta-feira, 7 de junho de 2013

Will, nós temos um problema.

Como talvez eu fosse a única pessoa na Terra que tinha alguma expectativa para Depois da Terra (“After Earth”, EUA 2012), não sei por onde começar a expressar a minha insatisfação. Sci Fi pós apocaliptico do Shyamalan com o Will Smith tem tudo pra ser bom, né? Não, NÃO, errado! Com a criatividade do diretor mais morta que o Bruce Willis e o ator seguindo os passos do Nicholas Cage fico me perguntando por que quis ver esse filme em primeiro lugar.


Pra começar, Will, com todo o respeito, mas o seu filho não sabe atuar! Eu sei que você quer alavancar a carreira dele, e tem sempre aquela babaquice legal de filhos na arte, filhos na vida, mas o que você está fazendo é deixar ele na sua sombra. Mesmo dando a ele um papel de protagonista, e quem sabe a prática um dia leve a perfeição, é um peso muito grande para alguém na idade dele. Sua atuação não é o único problema, ele é extremamente novo para o papel de um cadete, que é visível pelo tamanho das outras pessoas em sua classe.


Para ser justo, Jaden Smith não é a pior coisa do filme. O roteiro tem mais buracos do que um queijo suíço do tamanho da Lua. A incongruência de Jaden ser um cadete que gabaritou as provas e seu pai ter que ficar explicando tudo pra ele é gritante! Ele também não contempla nenhuma das backstories que ele começa. A irmã do garoto? Moby Dick? Invasão Alien? Até a p#*& do apocalipse da Terra não é decentemente explorado e isso fazia parte da premissa do filme. Se você quer ver um trabalho do Shyamalan que te faça pensar, não é esse! Tudo no filme parece estar lá gratuitamente. A Terra pode não ser plana, mas tudo nesse filme é.


Mesmo quem for ao cinema pra ver um sci fi vai sair de lá querendo explodir a Terra. O trailer pode ter nos prometido um planeta tão ameaçador quanto Pandora, mas só vemos três espécies de animais que querem bater no cadete. Isso não seria um problema se os animais parecessem um pouquinho mais com pokemons do que com versões grandes deles. O que é uma ironia com o uso pobre de CGI para um planeta que voltou às suas origens. De forma geral, a Terra do futuro parece mais um passeio no Jardim Botânico. A direção de arte é até bem competente, mas está na cara que ela trabalhou com um orçamento limitado. Por mais que eles recebam um “A for effort”, algumas texturas mal malajambradas são batata para te tirar do filme.


Então, já deu pra entender que o longa é ruim. Dito isso, ele consegue te levar do início ao fim. Não espere ficar mais inteligente após a exibição. É capaz até desse filme te fazer um pouquinho mais burro.

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