segunda-feira, 17 de junho de 2013

Supernanny ao resgate

Se você espera um filme de terror super profundo que alfineta os valores sociais e como nós lidamos com crianças, pode esquecer. The Children (Inglaterra, 2008), acontece durante o natal.


Duas famílias se juntam para celebrar em uma casa de campo, mas as crianças se tornam mini assassinos e acabam com o espírito do natal. Tom Shankaland explora o sub-genre de crianças assassinas muito bem. The Children é bem direto, nós não somos enrolados por meia hora com uma explicação banal do por que as crianças se voltaram contra os pais. Claro, Shankaland deixa algumas pistas, as crianças começam a passar mal e nós vemos um close de um vírus em um dos muitos vômitos deixados por elas. Mas nada mais que isso, o que eu acho extremamente importante em filmes de terror. O porque do fenômeno não precisa ser completamente explicado, nós só precisamos saber que aconteceu. Isso passa, pelo menos para mim, uma sensação maior de medo e realidade. Nós tememos tudo aquilo que não conseguimos explicar.


A primeira meia hora do filme corre perfeitamente. A atmosfera é bem construída, a tensão é instaurada, e os efeitos sonoros combinados a uma edição muito bem pensada conseguem criar tensão nas situações mais banais, como um simples almoço em família. A segunda parte deixa um pouco a desejar. Tudo bem que não tem nada mais creepy do que uma criança te olhando fixamente no meio de um corredor, com um sorriso que diz: eu vou te esfaquear enquanto você dorme. Mas elas poderiam ser um pouco mais assustadoras. Oportunidades não faltam. Nós temos aquela criança mais clichê de todas, e que não pode faltar em nenhum filme; a do corte de cabelo de tigela (sério, nunca confie em uma criança loirinha com um corte de cabelo desses; mas elas não são tão aproveitadas, talvez pelo número de crianças e pelo curto tempo de filme.


O que eu mais senti falta foi o gore. As cenas de morte são bem executadas, mas mostram pouco ou nada, tirando o clássico sangue escorrendo pela neve. As mortes deveriam ser mais exploradas e menos rápidas. É, eu amo gore. No final, The Children apela para os clichês e nos presenteia com o clássico final de filme de terror. Mais crianças aparecem e nós somos levados a entender que não foi um fato isolado. É quase um início de apocalipse zumbi, só que com crianças. Então, nós temos a primeira metade calmamente construindo o suspense e a tensão, a segunda quebrando um pouco isso com cenas rápidas e violentas e o final que já estamos acostumados a ver. O acumulado torna The Children um bom filme, longe de ser um dos meus favoritos, mas ainda assim divertido de assistir.
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