domingo, 11 de novembro de 2012

À Luz de Uma Memória


Quem nunca passou por um momento da vida que "era melhor se pudesse ser esquecido" que atire a primeira pedra. Mas você já parou pra pensar o que faria se existisse, de fato, a possibilidade de apagar algo da sua memória e de forma definitiva? No universo criado por Charlie Kaufman e Michel Gondry em Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças ("Eternal Sunshine of The Spotless Mind", EUA, 2004) isso é possível, o que não significa que seja uma boa ideia.


Nossa história se desenvolve quando Joel (Jim Carey), deprimido depois de ter sido abandonado sem explicações pela namorada Clementine (Kate Winslet), descobre que ela se submeteu a um tratamento para apagá-lo completamente da memória, ele acaba decidindo fazer o mesmo. Mesmo tendo tomado essa decisão de forma impulsiva, ele passa por todos os procedimentos certo de que é isso que ele deve fazer. Afinal, se ela havia decidido se esquecer dele de verdade, por quê ele deveria sofrer com as lembranças de quando estavam juntos?


Acontece que ele não estava pronto para um fim tão definitivo e, conforme cada lembrança dos momentos que passaram juntos vai sendo separada e apagada, seu inconsciente percebe que ele ainda a ama. Essa "epifania" faz Joel começar a fugir, tentando esconder Clementine dentro da sua própria mente para que sobre alguma coisa dela no final. Assim, entre as futuras-ex-memórias dele, vamos passeando pelo tempo, indo e vindo nessa bela e confusa história de amor.


Além de ser uma historinha super romântica, fofa e bonitinha que acaba agradando a todo mundo, o filme também traz uma estrutura narrativa impecável e que, apesar de bastante complexa na sua construção, é perfeitamente compreensível dada a altíssima qualidade do roteiro. E pra quem quiser, o filme pode até servir de desculpa pra se entrar em uma discussão filosófica/existencial sobre a falta de profundidade nos relacionamentos humanos contemporâneos e blábláblá… O que importa pra gente agora é que Brilho Eterno é um grande filme que deve ser assistido a todos os amantes do cinema, sendo possivelmente um dos melhores trabalhos de Gondry.

Como a gente já embarcou no trem da narrativa não-linear rumo às "desmemórias", semana que vem, pra não perder o embalo, vocês vão ficar com Amnésia, que é considerada por muitos a obra-prima do diretor Chistopher Nolan (é, aquele da trilogia "Cavaleiro das Trevas").
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