domingo, 4 de novembro de 2012

Strip-Tease Oscar



Tenho certeza que todos os milhões de espectadores que estavam assistindo à transmissão da cerimônia dos Oscars em fevereiro de 2008 ainda têm guardado na memória o momento em que a ex-stripper Diablo Cody subiu ao palco para receber sua estatueta. O prêmio? Melhor roteiro original. O filme? Juno (EUA, 2007). E mais um grande passo foi dado no caminho que trouxe o filme independente de volta ao mainstream.


O filme conta a história da adolescente Juno MacGuff (Ellen Page) a partir do momento em que ela descobre estar grávida de seu amigo Paulie Bleeker (Michael Cera). Num primeiro momento, ela decide procurar um grupo de apoio para realizar um procedimento de interrupção de gravidez. Logo em seguida, no entanto, desiste do aborto e resolve que vai entregar seu bebê a um casal que não possa ter filhos, e escolhe os complicados Mark e Vanessa Loring (Jason Bateman e Jennifer Garner).


A trama se desenrola em meio a uma série de conflitos bem calculados, pontos de virada estrategicamente posicionados e uma estrutura narrativa baseada no mais clássico dos modelos. Em resumo: Juno é uma verdadeira aula de roteiro, e só. Todo o filme se sustenta num excelente roteiro que prende a atenção do espectador da mesma maneira que qualquer grande blockbuster e o próprio sobrenome da protagonista é também o nome de um elemento narrativo presente em quase todos os filmes de Alfred Hitchcock (e que foi batizado pelo próprio). O problema é que um grande filme não se sustenta apenas nisso e, apesar de ter entrado pra história com aquele Oscar, não sobra muita coisa por aqui.


Não há dúvidas de que é uma produção interessante e, como eu já disse, envolvente, mas o conjunto da obra não faz exatamente com que seja um daqueles que você quer assistir toda semana. Para os que nunca assistiram, é uma excelente ideia para um fim de domingo, quando não se costuma ter coisa muito melhor pra fazer… Só que não é exatamente daqueles filmes que continuam excelentes mesmo depois da 10ª vez que a gente assiste. A não ser, talvez, pela simpática trilha sonora.

E pra vocês não ficarem mal-acostumados, semana que vem a gente sai um pouco dos filmes alegrinhos e começamos a puxar um pouco de (bom) drama pras nossas vidas com Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, o preferido de 11 em cada 10 hipsters.
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