São raras as vezes que vamos ao cinema e nos deparamos com um documentário intimista e autobiográfico. Construção (Brasil, 2011) mostra a coragem da diretora Carolina Sá de expor a sua vida com a ajuda da filha, do marido e do pai revolucionário. É um filme que, por mais que tenha uma pretensão de discurso político, tem a verdadeira intenção de pegar você pelos fios do coração. Uma coisa é certa: a coragem da diretora de se expor assim é incomum no cinema.
A vida de Carolina Sá é dividida em dois polos. A filha Branca que é a coisa mais fofa da face da Terra. E o finado pai Marcos, não tão fofo, que ficou em Cuba, deixando a mulher e os filhos no Brasil para ajudar no projeto socialista de Fidel. No aniversário de 50 anos da revolução a mãe decide levar a filha para conhecer a ilha e assim botar em xeque o pai e o próprio golpe.
O filme não consegue embasar direito a questão política, deixando ela fraca e diluída ao longo. O que resta é a dicotomia pai/filha, que nunca consegue fazer uma junção completa. Durante muito tempo ficamos com a impressão que o filme tenta se fazer na adorabilidade da filha. Algo que, por maior que seja, cansa depois de um tempo. Quando o foco sai de Branca e vai para o pai é que as coisas ficam mais interessantes.
Com Walter Salles como produtor excecutivo, você já pode se esperar que a procura pelo pai seja algo contundente. O doc se baseia em um longo acervo de filmes caseiros, textos e cartas do pai que jogam uma luz em sua vida, ideologia política e no casamento com a mãe. É aí que o conceito de pai mais se aproxima com o de pátria. Os relatos são bonitos e muito fortes.
Existe uma beleza inerente a toda essa vida. Uma que Construção consegue pegar precisamente. Assim, esse é o maior mérito da obra. Seu propósito principal é capturar a essência desse cotidiano, tendo que lidar constantemente com esse fantasma de Cuba. Sem dúvida, esse é um filme difícil, mas o que há de mais duro é onde ele é mais bem sucedido.
A vida de Carolina Sá é dividida em dois polos. A filha Branca que é a coisa mais fofa da face da Terra. E o finado pai Marcos, não tão fofo, que ficou em Cuba, deixando a mulher e os filhos no Brasil para ajudar no projeto socialista de Fidel. No aniversário de 50 anos da revolução a mãe decide levar a filha para conhecer a ilha e assim botar em xeque o pai e o próprio golpe.
O filme não consegue embasar direito a questão política, deixando ela fraca e diluída ao longo. O que resta é a dicotomia pai/filha, que nunca consegue fazer uma junção completa. Durante muito tempo ficamos com a impressão que o filme tenta se fazer na adorabilidade da filha. Algo que, por maior que seja, cansa depois de um tempo. Quando o foco sai de Branca e vai para o pai é que as coisas ficam mais interessantes.
Com Walter Salles como produtor excecutivo, você já pode se esperar que a procura pelo pai seja algo contundente. O doc se baseia em um longo acervo de filmes caseiros, textos e cartas do pai que jogam uma luz em sua vida, ideologia política e no casamento com a mãe. É aí que o conceito de pai mais se aproxima com o de pátria. Os relatos são bonitos e muito fortes.
Existe uma beleza inerente a toda essa vida. Uma que Construção consegue pegar precisamente. Assim, esse é o maior mérito da obra. Seu propósito principal é capturar a essência desse cotidiano, tendo que lidar constantemente com esse fantasma de Cuba. Sem dúvida, esse é um filme difícil, mas o que há de mais duro é onde ele é mais bem sucedido.
