
Se você acha que o maior detetive do mundo é o Batman talvez você seja muito novo. Se você esperava um filme de Sherlock Holmes fiel as histórias de Sir Arthur Conan Doyle talvez seja muito velho. Se mesmo depois do primeiro filme você continuou achando o Batman o maior detetive e que ainda havia esperança de fidelidade… você é teimoso e eu não recomendo que vá assistir Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (“Sherlock Holmes: A Game of Shadows”, EUA, 2011). Mas, caso você não se identifique com nenhum dos casos acima, ou mesmo se rolar identificação e você ficou curioso, chega mais e vamos falar sobre o novo filme do diretor Guy Ritchie.

Como minha mãe criou um filho imparcial, eu vou citar algumas das criticas ao primeiro filme: acharam um pouco profundo pra ser um blockbuster e é lento. Antes que vocês me perguntem “Quem foi o louco que disse isso?” lembre que existe gente que não gosta de chocolate. Deixando a culinária de lado, esses são defeitos que esse filme não tem. O ritmo do filme é, na falta de descrição melhor… FRENÉTICO, NEGUINHO! A lentidão e a profundidade da história foram substituídas por um humor genial e por cenas de muita ação que, por isso aqui não ser um programa da Band sobre mulheres ricas, eu não vou nem citar o orçamento.

A trama retoma o finalzinho do primeiro filme, em que Sherlock (Robert Downey Jr., o Homem de Ferro) descobre quem é o verdadeiro vilão, o professor James Moriarty (Jared Harris). James Moriarty? Já ouvi esse nome antes… ah! o vilão da Liga Extraordinária. Os ingleses não têm outro vilão? O mundo está a beira de uma guerra mundial, com bombardeios por toda a Europa e Holmes, que parece 3 vezes mais perturbado que no primeiro filme, é o único que desconfia que seja tudo o plano de uma mente do criminosa.

Após se reencontrar com o Dr. John Watson (é o Jude Law, bebê) ambos partem, contra a vontade de Watson, em um jogo de gato e rato por toda a Europa do final do século 19. Explosões, efeitos especiais, (muitos) tiros, cenas de lutas fantásticas e uma disputa de intelectos sem precedentes marcam a caça ao vilão que se mostra, muitas vezes, estar dois passos a frente de Holmes. A ironia é que, no final, você não tem certeza se todos os imprevistos que vão acontecendo foram planejados pelo detetive ou não, mas o ritmo do filme não te dá muito tempo pra pensar nisso.

Sherlock Holmes pode não ter capa, pode não ser um milionário, pode não viver em Gotham e nem ter amigos com super poderes mas não deixa a desejar nem na inteligência e nem nos combates corpo a corpo (pra quem não entendeu, to comparando com o Batman). Apesar de esperar um pouco mais do começo do filme, a ação, o humor e as descobertas que lembram muito um episódio de House fazem o filme valer a pena. Eu sei que eu perco um pouco de credibilidade dando sempre a mesma nota, mas esse é um filme nota…
