sábado, 21 de janeiro de 2012

Por Trás Dos Olhos Azuis



Olhamos para aquela parte do mundo e imaginamos algo quase perfeito, com poucos conflitos e tudo ecologicamente correto. Ao menos essa é minha ideia de lá, mas como nossas memórias e informações costumam ser lembradas de uma maneira artística, tudo é questionável. Então resolvi reassistir, exatamente no dia do meu aniversário, um dos melhores filmes não só da Dinamarca, como do mundo. E claro, mais uma vez, o bobão aqui saiu com olhos vermelhos.


Em um mundo melhor (“Hævnen”, de 2010) é um abraço apertado, daqueles que não viramos o corpo e sem medo deixamos ser atingidos. Com direção e roteiro delicados e brilhantes atuações do elenco infantil, esta película desponta como o vento frio, passa e deixa aquela sensação de arrepio na pele e tudo o que queremos é que volte.


A parceria de Susanne Bier e Anders Thomas Jensen, direção e roteiro respectivamente, é daquelas que desejamos muitos frutos. E mesmo não precisando de mais nada, há também a delicada e pontual trilha sonora. Tudo vai se encaixando.


Um filme sobre amizade, crescimento, família e perdas. Se eu fumasse e bebesse, nesse exato momento estaria com um cigarro em uma mão e uma taça de vinho em outra filosofando sobre todas as questões levantadas. Cuspiria a fumaça no ar, fecharia os olhos e me lembraria das melhores partes. Como o gosto do vinho, dos enquadramentos surrealmente belos e das intenções ocultas da arte, eu altamente o indico. Porque por trás dos olhos azuis, existe uma alma como todas as outras cores.


E este filme, no âmago de tudo, mostra como somos iguais e não há Nós e os Outros. Seja na África ou na Escandinávia, seres humanos inspiram e dão medo.
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