sábado, 28 de janeiro de 2012

Uma Champanhe, Pai



É o nosso quarto dia na Dinamarca e hoje a temperatura em Copenhagen não estava tão fria quanto um dia típico de inverno. Nós já passamos pelo óbvio, pela diversidade sexual e mostramos um pouco de globalização (se é que é possível demonstrar isso sem arquétipos e caminhos fáceis). Vamos então conhecer agora um ponto turístico universal? Família, ah, doce e/ou venenosa dependendo por onde você olha.


Família é sempre um assunto delicado, certo? Talvez. Podemos fazer a linha do filho que vai morar longe e só volta em ocasiões especiais ou aquele que somente tem o corpo presente no local. Seja lá qual tipo de filho você for, sempre terá pais e estes quase nunca mudam. Cobranças, elogios, gritaria, vergonha alheia, orgulho e outras coisas atribuídas a mães e pais aqui e mundo a fora.



Festa em Família
(“Festen”, de 1998) é o primeiro do movimento que lançou as películas dinamarquesas aos braços da crítica internacional. E ainda há quem diga que escandinavos são “certinhos” demais. Eis mais um filme feito aos moldes do Dogma 95, e que filme! Não vou falar da sinopse para não alterar em nada sua leitura da história. Como eu fiz, é um mergulho em águas desconhecidas, somente aos poucos vamos entendendo e conhecendo cada personagem. A história se desdobra como uma onda, aqueles que sabem nadar não se afogarão, ou por escolha pessoal, se deixarão levar pela correnteza. Claro, como um dos parentes presentes no aniversário de 60 anos de Helge (Henning Moritzen), estamos preparados apenas para o jantar.


Um filme de humor peculiar e direção agressiva, eu diria. A câmera na mão pode deixar alguns tontos e outros irritados, mas a mim fascínio seria a palavra a ser usada. Com um elenco ótimo (alguns atores também trabalharam nos filmes antes comentados) e um bom roteiro, o resultado é algo para se indicar a amigos e familiares (nem todos são ruins, vai).



Por que não contar um pouco da história? (talvez você se pergunte) Porque às vezes o surpreendente pode morar em uma história simples, mas muito bem contada. Afinal, filhos também são sempre iguais, nunca deixamos de inovar quando a arte é contar nossas histórias cotidianas. Nesse oceano chamado família, cuidado com os tubarões que guardam segredos.
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