
Mas que tipo de bruxaria é essa, que faz a dublagem coincidir milimetricamente com o movimento da boca dos atores e ei!, espera aí! A Alessandra Negrini não é… ué, gente, mas esse filme é brasileiro?
Resultado da inspiração em Tarantino, Guy Ritchie e David Fincher, o longa de estreia de Afonso Poyart promete engordar sua página no IMDb (The Internet Movie Database). Dois Coelhos (Brasil, 2012) é ambicioso, inusitado e tem um roteiro aparentemente escrito sem preocupações com custos de produção. Não é baseado em fatos reais, não segue o estilão documental e tem o ritmo de uma batida de funk. Definitivamente, tem potencial para agradar o público jovem, especialmente aquele que odeia filme nacional e é ligado em GTA (Grand Theft Auto) e toy art.
Falar sobre a motivação do diretor de abordar o desejo de vingança do cidadão brasileiro contra a classe política corrupta seria tirar do filme toda a sua suculência. Mais atraente é contar sobre os efeitos especiais, inéditos em produções nacionais, lembrar a divulgação do trailer, feita estrategicamente seis meses antes do lançamento do filme, ou, melhor ainda, desafiar você a conseguir pontuação melhor que a minha em “Detonando Miami Beach”, a mini versão de GTA disponível no site do filme.
A primeira cena dá início à tensão, mas a sequência de acontecimentos imprevisíveis vai nos conduzindo, gradativamente, à condição de Homer Simpson, ou seja, de espectador consumidor não pensante. O filme é pretensioso por inovar completamente na estética da cinematografia nacional; some a tudo o que já disse algumas cenas com ares de lomografia, e você tem algo único, sem nada semelhante produzido inteiramente em território brasileiro.
Dois Coelhos tem temática atual e levemente reflexiva quanto à sociedade brasileira, mas não chega perto de encadear uma catarse – e talvez nem seja este o seu objetivo, estando mais para blockbuster norte-americano que para cult europeu. Agora, se sua estreia veio embalada por “Sou Foda”, não seria muita viagem apostar que o próximo filme de Afonso Poyart terá Michel Teló na trilha sonora. Será? Meu desafio em relação ao joguinho ainda está de pé.
Para ler a matéria com entrevistas com o diretor e os atores, clique aqui.
Falar sobre a motivação do diretor de abordar o desejo de vingança do cidadão brasileiro contra a classe política corrupta seria tirar do filme toda a sua suculência. Mais atraente é contar sobre os efeitos especiais, inéditos em produções nacionais, lembrar a divulgação do trailer, feita estrategicamente seis meses antes do lançamento do filme, ou, melhor ainda, desafiar você a conseguir pontuação melhor que a minha em “Detonando Miami Beach”, a mini versão de GTA disponível no site do filme.
A primeira cena dá início à tensão, mas a sequência de acontecimentos imprevisíveis vai nos conduzindo, gradativamente, à condição de Homer Simpson, ou seja, de espectador consumidor não pensante. O filme é pretensioso por inovar completamente na estética da cinematografia nacional; some a tudo o que já disse algumas cenas com ares de lomografia, e você tem algo único, sem nada semelhante produzido inteiramente em território brasileiro.
Dois Coelhos tem temática atual e levemente reflexiva quanto à sociedade brasileira, mas não chega perto de encadear uma catarse – e talvez nem seja este o seu objetivo, estando mais para blockbuster norte-americano que para cult europeu. Agora, se sua estreia veio embalada por “Sou Foda”, não seria muita viagem apostar que o próximo filme de Afonso Poyart terá Michel Teló na trilha sonora. Será? Meu desafio em relação ao joguinho ainda está de pé.
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