
Se existe uma palavra para definir resumidamente a atitude de Sir Elton John em um palco, essa palavra é "diva". Apesar de já ter abandonado a farra há muitos anos e levar uma vida low-profile com o marido e o filho, ao encostar seus dedos no piano e soltar o vozeirão com seu terno elegantemente excêntrico, mostra a que veio. Muito mais do que um rockstar, ele é a verdadeira identidade de suas músicas e, assim como elas, encanta todos à sua volta há várias gerações. Aposto que você tem pelo menos uma tia que é fã!
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Madison Square Garden - New York, NY - Março/2011 |
Seus espetáculos já não são grandiosos nem super produzidos, mas quem precisa de um cenário elaborado e dançarinos ensaiados quando se tem um piano de cauda? Sua turnê atual é, teoricamente, para divulgar o mais recente álbum, The Union, gravado em parceria com Leon Russell, outro grande rockstar pianista e fonte de inspiração para Elton John durante muitas décadas. Mas quem se importa com os objetivos? Ao longo de quase três horas, seus shows desfilam por sucessos de toda sua carreira, fugindo de um setlist óbvio para agradar o público ao máximo.
Para minha grande sorte, a apresentação em que estive presente contou com a super participação de Russell, debilitado pela idade mas ainda em grande forma. É claro que não podemos esperar algo do tipo para o Rock in Rio, mas um simples piano vermelho é suficiente para garantir todo o esplendor purpurinado e emplumado que justificam que ele ocupe o lugar de atração principal da noite de abertura. Se dizem que falta rock no "Pop in Rio", quero ver negarem que a união desses dois mundos pode ser, sim, harmônica e proveitosa, depois que John nos deixar pedindo bis na Cidade do Rock.