terça-feira, 6 de setembro de 2011

Notas Musicais #20



Eu sei que os Chili Peppers lançaram o disco novo, mas a coluna de hoje é sobre o Nevermind.


Antes de qualquer coisa, como de costume, um pouco de história:

Em 1989 o Nirvana lançou seu primeiro álbum de estúdio, o Bleach. O disco foi bem recebido pela crítica mas não vendeu nada. As músicas foram quase todas compostas durante o período de gravação, enquanto Kurt passava noites acordado sem conseguir dormir. A formação do Nirvana ainda não contava com Dave Grohl na bateria. O baixista Kirst Novoselic não ficou muito satisfeito com o resultado do disco e parte disso, segundo o próprio, se deve a ausência do baterista nas composições da banda. Quando Dave se juntou ao Nirvana, em 1990, Novoselic disse que, enfim, "tudo tinha se encaixado em seu devido lugar". O interessante sobre o disco é que seu reconhecimento só chegou após o relançamento, em 1992, depois do sucesso de Nevermind, o álbum que mudou tudo e é o assunto principal desta coluna.


20 anos se passaram desde o lançamento de Nevermind. O álbum é considerado o segundo melhor disco de Rock da história pela emissora musical VH1, ficando atrás apenas de Revolver, dos Beatles, e sua capa é tida como a melhor de todos os tempos pela Rolling Stone. Na época, haviam grandes expectativas em torno do lançamento do álbum: O Sonic Youth tinha acabado de vender 250 mil cópias do disco Goo, lançado pela mesma gravadora. Como ambas as bandas tinham o mesmo estilo e a mesma gravadora, era esperado que Nevermind venderia no mínimo 80 mil cópias. Sabe-se que o disco foi uma grande aposta de Kim Gordon, baixista do Sonic Youth.


O que mais caracteriza o álbum é justamente o título da canção mais famosa de seu tracklist. Nevermind é cheio de juventude, rebeldia e transgressão. A cena musical de Seattle já estava consolidada. Kurt Cobain era uma espécie de anjo decadente, usando suas calças-jeans rasgadas e camisas sociais xadrez de flanela. De uma hora pra outra os jovens tiraram as maquiagens sombrias dos anos 80 e começaram a sujar seus tênis All-Star. O grunge era simples e sujo como o punk, mas também era muito bem tocado, como nos anos 60. A cena do Rock Alternativo que explodiu nos anos 00 deve tudo à essa época.

Essa história não teve um final feliz, como bem sabemos. Kurt viria a cometer suicídio 3 anos depois e o Nirvana jamais poderia voltar a existir.

Nevermind é de fato um dos melhores discos de todos os tempos. Influenciou, inclusive, outros álbuns históricos. Um deles, talvez o mais relevante, também faz aniversário esse ano: o Ten, do Pearl Jam. Mas isso eu falo numa outra hora.
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