
A Coréia do
Sul exagera no gênero que o filme se propõe, e com A Poderosa Chefona (My Wife
is a Gangster, 2001) não é diferente. Misturando comédia, ação (muito
violenta) e um pouco de drama, todos bem caricatos, o longa metragem é excelente para o espectador
rir, mesmo que em alguns momentos seja pelo deboche e pelo “trash”.
Eun-jin
(Shin), também conhecida por Mantis, é o braço direito do líder de uma
organização criminosa, reputada pela sua perícia no combate com duas letais
lâminas gémeas. Enquanto o grupo se envolve numa disputa com um gang rival,
Mantis encontra a irmã mais velha, da qual foi separada em criança, depois da
morte dos pais. Infelizmente, Yu-jin está numa cama de hospital e padece de uma
doença à qual poderá não sobreviver. Depois do reencontro e sentindo que a sua
vida por ser curta, Yu-jin diz à irmã que gostaria de a ver casada. Eun-jin,
habituada a lutar e a praguejar, mas pouco familiarizada com etiqueta e
feminilidades, dá ordens aos seus homens para lhe encontrarem um marido.
Esse longa
foi um dos mais bem sucedidos nas bilheterias sul-coreanas em 2001, e acabou se
tornando o primeiro filme de uma trilogia, todos muito populares por lá. O
estilo lembra os “gangsters”, colocando
a protagonista num papel tipicamente feito por homens, principalmente nas cenas
de ação com muito sangue e violência. As batalhas não parecem condizer muito
com o resto do filme, dando a impressão que fizeram de última hora e
inserindo-as na edição
Os momentos
de comédia são engraçados graças a “ótica” dada pelo diretor, pois facilmente
passaria por drama dependendo de quem interpretasse a história, em especial no
que diz respeito aos problemas de casamento da personagem principal. Outro
ponto que chama a atenção é o desfecho da trama, que felizmente não entra na
armadilha de fazer um “final moralista e feliz”. Finais dramáticos e “infelizes”
que condizem com todo o resto da história são comuns no cinema oriental.
A Poderosa
Chefona tem boa produção com um orçamento de 6 milhões de dólares, valor alto para
filmes orientais. Ele é um pouco bizarro e absurdo, mas foi feito para ser
assim. Caso não tenha nada para fazer assista-o, algumas risadas são
garantidas.