quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Não tão perdedores assim.

Glee prometia ser uma revolução da televisão. Afinal, era uma série musical! No meio dos tradicionais problemas da adolescência, números musicais que iam do fenômeno Katy Perry a lendas como Queen. No fim, o roteiro acabou caindo na mesmice, mas as músicas continuaram sendo a melhor coisa da série. E é exatamente isso que Glee Live! 3D – O Filme (“Glee: The 3D Concert Movie”, EUA, 2011) mostra: não importa o quão brega esteja a história, ver Lea Michele cantando/arrasando na pele de Rachel vale cada um dos 43 minutos de episódio. Tanto quanto valem os 84 minutos de filme.


Glee Live! 3D nada mais é do que o filme sobre a turnê que o elenco fez pelos Estados Unidos. A seleção de músicas é incrível e representa bem o espírito do seriado. “Don’t Stop Believing”, obviamente, abre a turnê e não poderia faltar, mas músicas como “Valerie”, “Happy Days Are Here Again” e a original “Loser Like Me” são imperdíveis. Mas as apresentações individuais são as mais incríveis. Rachel cantando “Don’t Rain on My Parade” é simplesmente (não tem outra palavra) sensacional. Dá até vergonha daquelas vezes que você se arrisca no chuveiro.


São poucas, mas importantes, as escolhas ruins no setlist. Por que raios os Warbles cantam três músicas? E esqueceram da rainha Madonna que, sabe se lá por que, não está na apresentação. Mas isso mostra um pouco os rumos da série. Não tem Madonna, mas tem Britney Spears, onde a linda, porém não-cantora Heather Morris pode mostrar todo o seu talento de ex-dançarina da Beyoncé na performance de “I’m a Slave 4U”. Enquanto isso, Tina canta o comecinho de “Born This Way” e não fala nem um ai no filme inteiro. Reflexo do quase descaso dos roteiristas, que encheram a série de personagens e agora não sabem o que fazer com eles, que só ficam no fundo se balançando como pobres coadjuvantes.


Ah... E ainda tem o 3D, né? Pois é, como em 99,9% dos casos, a tecnologia é totalmente dispensável. Está lá só para arrancar mais um dinheirinho do espectador. Nesse filme, o 3D só joga uns confetes na sua cara ou estoura fogos de artifício perto de você. Mas nada muito extraordinário ou impressionante. A Fox só vai ficar um pouquinho mais rica e o fã um pouquinho mais pobre.


 
Mas, no geral, o resultado é bem positivo. É como aquele DVD de sua banda preferida, com a pequena diferença de que você vai ver em uma tela de cinema e vai ter que desembolsar vinte reais para ver uma única vez. Quem não é fã não deve passar nem perto. Agora, os mais apaixonados vão sair extasiados com a voz de Rachel, Mercedes, Kurt e companhia. E, pode apostar, dirão que cada centavo valeu a pena.
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