quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cruzada Demoníaca

Eis que entra em cartaz o mais novo filme-pagação-de-mico da carreira de Nicolas Cage. Depois de ser caçador de tesouros, ladrão de carros, homem do tempo, roteirista depressivo, professor de feitiços e até mesmo uma toupeira, dessa vez ele nos brinda com as madeixas compridas de um cavaleiro das cruzadas medievais no curioso Caça Às Bruxas ("Season Of The Witch", EUA, 2011).



Cage interpreta o corajoso Behmen, um dos melhores cavaleiros a serviço da Igreja, mas que deserta ao perceber que a matança não é assim tão divina quanto se prega. Seu fiel companheiro, o também cavaleiro Felson (Ron Perlman, o Hellboy), decide acompanhá-lo na jornada/fuga e os dois seguem viajem encapados até serem reconhecidos em um pequeno vilarejo assolado pela peste. Lá são presos e chamados de volta ao serviço de Deus, mas dessa vez sem massacres.


No vilarejo, acredita-se que as doenças são causadas por uma bruxa que está aprisionada no local (vivida pela bela Claire Foy). A missão para a qual os dois são convocados é justamente escoltar a garota até um mosteiro onde ela seria julgada e, naturalmente, condenada à fogueira para que todos os doentes possam se curar e a cidade volte a viver em paz. É claro que uma infinidade de obstáculos e imprevistos aparecem pelo caminho para dar mais emoção a uma trama extremamente vazia.


A estrutura narrativa do filme, no entanto, foi construída de uma forma bastante curiosa, se consideramos a falta de qualidades em outros aspectos, permitindo até algumas quase surpresas mais perto de um final que simula muito mal um clímax. No roteiro, é perceptível que as frases de Felson têm o único objetivo de fazer o espectador rir um pouco, com certo sucesso. Os diálogos de Behmen, no entanto, são tão carregados de seriedade que ficam tão profundos quanto um pires.


No quesito Terror, Caça Às Bruxas deixa muito a desejar, talvez por ter ficado no meio do caminho entre um verdadeiro thriller e um bom slasher. Os efeitos visuais, no entanto, interagem excepcionalmente bem com o "mundo real" e a temática pode garantir uma sessão de diversão para os fãs do gênero. Se não por isso, pode valer a pena ao menos para rir um pouco da cara de Nicolas Cage, que adora desperdiçar seu talento em filmes toscos, ou pelo menos pra dar uma conferida num time de atores quase (ou completamente) desconhecidos, porém bastante talentosos, que podem vir a ser os grandes protagonistas de amanhã, entre eles a nossa bela bruxinha, cujos close-ups já valem um ingresso de quarta-feira.

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