quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Personalidades de um Cisne

Todos conhecemos a história: a princesa é transformada em um cisne e o feitiço só pode ser quebrado por amor verdadeiro; porém o príncipe é enganado pelo cisne negro e a princesa, por desgosto, se mata. A trama do “Lago dos Cisnes”, o ilustre balé de Tchaikovsky, não é nenhuma novidade nas telas do cinema. Mas dessa vez, há muita originalidade no novo longa metragem de Darren Aronofsky Cisne Negro (em tradução livre, “Black Swan”, EUA, 2010).



O filme conta a história de Nina Sayers (Natalie Portman), recentemente escolhida como a prima ballerina da companhia. Como tal, ela fará os papéis da Rainha dos Cisnes e do Cisne Negro na próxima montagem do “Lago dos Cisnes”. Perfeccionista, Nina é impecável em sua técnica, mas pudica, lhe falta a sedução essencial do cisne negro. A fim de manter-se como protagonista, ela terá que aprender a enfrentar a competição entre as bailarinas e as críticas do diretor Thomas Leroy (Vincent Cassel), para poder finalmente se libertar e dominar ambos papéis.


Tudo gira em torno dos dois cisnes. A direção de arte e o figurino enfatizam claramente o preto e o branco, mal fazendo uso de outras cores. Com um roteiro e edição minuciosamente estruturados, acompanhados de um elenco estupendo, o filme está impressionante.


A trilha sonora de Clint Mansell, quinta participação do compositor com o diretor, é uma variação da sinfonia original de Tchaikovsky, tocada ao contrário e distorcida. Isso influencia muito no feeling do longa, que não é mais um filme bonitinho com bailarinas – ele é intenso, dramático e com muitas doses de suspense.


Nomeado para quatro categorias nos Globos de Ouro, o filme dispensa críticas e, na minha humilde opinião, merece ainda o Oscar de Melhor Filme do ano.



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