quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Não vendem pães de açúcar no Pão de Açúcar

Os cineastas tem o glamour e a imaginação, mas quem tem o dinheiro são os empresários. Partindo dessa premissa, é construída a história de Brasil Animado, de Mariana Caltabiano. Com dois personagens que fazem jus ao estereótipo, o primeiro longa-metragem brasileiro em 3D une a apreciada experiência da terceira dimensão a um trabalho que se assemelha ao de um guia turístico. Através da mistura de animação e live-action, o espectador é levado a conhecer toda a diversidade cultural do Brasil. E, mesmo que isto seja feito com a superficialidade que o tempo impõe, o filme transborda de bom humor.



Relax é o cineasta; pinta de surfista, sandálias nos pés, sotaque arrastado. O empresário é Estresse, a versão canina do Seu Barriga (Chaves), talvez. "Definitivamente obsessivo" por dinheiro, Estresse enxerga no Grande Jequitibá Rosa uma grande chance de lucro, diferente do que tem obtido até então, aplicando seu dinheiro nas produções de Relax. Os dois partem numa viagem pelo Brasil, à procura da árvore. Passam por São Paulo, Manaus, Rio, Brasília e eis que, em Gramado, Relax encontra o velho amigo e cineasta Fernando Meirelles, para a surpresa de Estresse.



Com piadas leves e de bom gosto, Brasil Animado diverte os adultos enquanto entretém as crianças com a descoberta de novos lugares. No entanto, quem sabe seja pelo quê de didatismo ou pelo sotaque de Relax, que tem o potencial de irritar até mesmo os cariocas, o filme corre todo num ritmo meio lento. Depois de um tempo, as crianças mais desatentas podem ficar entretidas pelo brinquedo que acompanha a pipoca. No mais, o filme merece o prestígio. E embora o longa não tenha a pretensão de ser um “Avatar”, como dito pelos próprios personagens principais, os fãs de óculos especiais em salas de cinema vão curtir a experiência.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...