Imagine você, que monta seu perfil, coloca fotos, escreve, comenta, curte seus amigos, imagine que esse espaço de interação social é uma mina de dinheiro posta em julgamento. Em “A Rede Social”, a história do mundialmente conhecido Facebook é colocada nas telonas como pano de fundo de uma briga judicial e um questionamento sobre até onde vai o limite entre ética, roubo de propriedade intelectual e inspiração. Saturado de tribunais, e tratando rasamente o conteúdo histórico e as oportunidades de aprofundar a personalidade sarcástica do personagem principal Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), o filme satisfaz mas perde a oportunidade de ser excelente.
Considerado um gênio em programação, o futuro dono da mais influente rede de todos os tempos é convidado a participar de um projeto em Harvard para a criação de um espaço online de interação entre alunos. Após derrubar o sistema da universidade com um programa de votação entre as estudantes mais bonitas, o qual fez rapidamente de madrugada, bêbado, após brigar com a namorada, os gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss (Armie Hammer) enxergam nele a peça que faltava para o desenvolvimento dessa grande ideia de conexão online.
Aclamado pela Associação Nacional de Críticos de Cinema e grande candidata ao Oscar 2011, a produção com certeza dramatiza as questões burocráticas envolvendo não só a relação de Mark com os irmãos Winklevoss, como também com seu sócio e co-fundador do que viria a ser o Facebook. Um pouco mais complexa, a história dele com seu amigo aprofunda mais a vontade do diretor de humanizar seu personagem. O filme é escuro, a trilha sonora puxa o espectador a mergulhar, principalmente, na vida de um cara que ganhou milhões de uma forma rápida e conturbada. Apesar de uma estrutura convincente, bem amarrada e bem feita, David Fincher cansa um pouco e deixa a sensação de que poderia ter avançado em alguns pontos e recuado em outros.
