sábado, 1 de janeiro de 2011

Paixão Literária

Formado em letras, bêbado, trabalhando em uma editora medíocre e com uma vida pessoal, digamos, arruinada. Esse é o personagem principal de Verissimo em “Os Espiões”, uma ficção saborosa para leitores bem humorados. Ao receber páginas de um possível diário de uma escritora em potencial chamada Ariadne, que substitui o pingo do “i” por uma flor desenhada à mão, esse editor entediado vê sua vida transformada em uma busca incessante.

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Nesta jornada, a cidade da moça, Frondosa, um lugarzinho no interior do Rio Grande do Sul, vira o alvo de pesquisa de toda uma equipe envolvida com um único objetivo: descobrir se há ou não ficção em todo aquele material e vasculhar a verdade por detrás de tanto mistério. O envolvimento, antes meramente profissional, acaba se tornando o foco principal daquele grupo.

Ao ler as primeiras páginas do capítulo que chegou até sua mesa, o editor se sentiu enfeitiçado. Um pouco incomodado com o estilo, diga-se de passagem, e com a ausência de vírgulas, mas se sentiu estranhamente atraído por aquela história. Seria Ariadne realmente aquela pessoa dolorida com metáforas estranhas e florezinhas no nome? Ou seria tudo apenas resultado de um eu-lírico interessante e enigmático? Um mundo de perguntas, respostas e imaginação que envolve escritores e leitores desde os primórdios da literatura.

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Verissimo faz uma narrativa repleta de referências ficar leve e descontraída, característica essa presente também em grande parte de sua obra. O leitor pode até parecer perdido com as divagações e imaginações do personagem mas, os final, vai se dar conta de que imaginação e a relação narrador/narrativa são os pontos de destaque do romance.



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