O incansável ator, cineasta e produtor Clint Eastwood está de volta aos cinemas com um assunto polêmico e universal: existe vida após a morte? e o que ela nos reserva? Com uma filmografia que ultrapassa os 30 títulos, agora, depois dos aclamados “Gran Torino” e “Invictus”, Clint volta nesta nova produção com três histórias narradas com o objetivo de aprofundar e dialogar sobre esse tema tão delicado. Sem entrar em méritos religiosos, ou questionamentos diretos, o novo filme do diretor cumpre seu papel dramático e toca sensivelmente o espectador.
A jornalista e âncora francesa Marie Lelay (Cécile De France) sofre um acidente após uma tsunami que arrasou a Indonésia. Ao ser levada pelas águas e bater com a cabeça, experimenta a sensação de quase-morte, antes de ser resgatada por habitantes locais que a salvaram. Este contato com a morte, na narrativa, é ligado posteriormente aos caminhos de George Lonegan (Matt Damon), um vidente frustado pelo dom (ou maldição) de se comunicar com os mortos e Marcus, uma menino que perdeu o irmão gêmeo Jason (Frankie/George McLaren) em um acidente.
Paris, São Francisco e Londres ambientam a produção. Enquanto os conflitos se desenrolam o público vai encontrar pistas e argumentos para tecer uma opinião pessoal sobre a questão principal abordada. Apesar de uma leve inclinação, a tendência à crença não compromete como um todo o resultado final, que amarra bem todas as nuances do assunto.
Matt Damon, está mais maduro do que nunca, e sua atuação é sem dúvidas um ponto de destaque. Pode-se sentir que grande parte da carga emocional emprestada por Damon no filme é extremamente bem trabalhada. Além disso, a narrativa toda caminha para mexer emocionalmente com o espectador que se vê mergulhado em dramas que superam a condição pessoal e viram alvo de estudos, preconceito e charlatanismo.
