É normal que grandes clássicos do cinema sirvam de influencia para novos autores. No filme espanhol Dieta Mediterrânea, o diretor Joaquín Oristrell resgata o inesquecível “Jules e Jim” de François Truffaut. O que chama a atenção no filme é como velhas histórias podem ser contadas de outra maneira. Nesse caso, o trio de amantes se adapta ao novo século e se incorpora ao charme da Espanha.
O filme conta a história de Sofia, uma mulher de personalidade forte que acaba se apaixonando por dois homens. Toni e Frank são inimigos mortais, mas tornam-se grandes amigos no decorrer do filme por seu amor comum à Sofia. A obra, então, explora esse relacionamento a três. No plano de fundo, temos a culinária. Sofia sempre sonhou em ser a melhor cozinheira do mundo e, com a ajuda de Frank e Toni, toca seu próprio negócio para frente.
A comparação com o filme francês é destacada no próprio filme, na cena em que Sofia tenta aprender a falar francês vendo televisão e repete a frase “A obra prima de François Truffaut: Jules e Jim”. O que muda nos dois é a forma como o relacionamento se desenvolve. No filme espanhol, sugere-se certa paixão entre os dois homens, além da repercussão pública que gira em torno do trio, o que adapta a historia ao novo século.
Fora essa excelente retomada, “Dieta Mediterrânea” compõe um bela relação do amor com a culinária ao comparar situações da vida com os quatro sabores (doce, salgado, ácido e amargo). O filme não peca em nenhum aspecto. Mantém uma linearidade e não cria situações desnecessárias.