quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Drummond Tinha Razão

O personagem Aron Ralston (James Franco, conhecido por sua atuação na trilogia “Spider Man”) sempre foi um cara viciado em aventura, adrenalina e sua vida não incluía mais nada além da sua mochila nas costas e um pouco de diversão. Porém, na aventura tema do indicado a seis Oscars este ano, incluindo Melhor Filme, “127 Horas” (127 Hours, EUA/Inglaterra, 2010), de Danny Boyle, ele percebe as consequências de suas escolhas impulsivas e confiantes demais. Baseado na história real do engenheiro e alpinista, que relatou a experiência de 2003 em um livro “Between A Rock And A Hard Place”, a transposição para o cinema joga visualmente com a luta e o instinto de sobrevivência.


Em uma jornada pelas montanhas de Utah, e depois de conhecer duas garotas perdidas e mostrá-las como se divertir em um lugar tão deserto, ele parte em uma sozinho em um trilha na qual o incidente acontece. Ao cair por uma fenda, uma rocha prende seu braço. Ironia clara com o diálogo com as meninas aventureiras que, com medo das estruturas, perguntam se elas não se movimentariam. Aron deixa claro que, tudo se move, o tempo todo, e que ele não esperava que fosse naquele momento. Logo após, ele sentiu sentiu o peso de suas palavras, só que sozinho no meio do nada.

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A trama foi desaconselhada para pessoas muito sensíveis após relatos nos EUA, Canadá e Austrália de espectadores que passaram mal durante a cena em que, inevitavelmente, (SPOILER, ou não, né) Aron amputa o próprio braço. Sinceramente, a cena é muito menos chocante do que o alarde todo feito a respeito deste momento. O que realmente instiga agonia e nervoso é o conjunto dos fatores psicológicos aliados às inúmeras tentativas mal sucedidas do alpinista de se livrar de uma situação que duraria cinco dias e sete horas. Com uma câmera, seus registros vão desde uma apresentação completa e recados para a família, até a irônica rotina dentro de um buraco e brincadeiras desesperadas.

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O formato é extremamente interessante. Com um início repleto de planos detalhes e edições rápidas que acompanham o ritmo do filme, o conjunto conseguiu transformar 94 minutos em um um fluxo natural que, em poucos momentos, parece dar uma escorregada. James Franco demonstra total controle sobre sua responsabilidade como protagonista e sua atuação, que inclui momentos fantásticos de alucinações e lembranças, merece sem dúvidas a indicação que lhe foi dada a Melhor Ator. Porém, como em qualquer premiação que se preze, há algumas pedras fortes no meio do caminho.


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