segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Gwyneth Winehouse?

A motivação mais comum para um belo melodrama costuma ser um triângulo amoroso causado por insatisfações e/ou frustrações pessoais. O novo drama estrelado por Gwyneth Paltrow, Country Strong (EUA, 2010) não foge muito a essa regra, mas consegue levar a história um pouco mais a fundo através de personagens mais complexos e de uma estrutura narrativa que valoriza os coadjuvantes de forma a quase alternar a protagonização ao longo de suas quase duas horas de duração.



O filme se passa durante alguns meses da vida da super-estrela da música country Kelly Canter (Paltrow), entre sua saída antecipada de uma clínica de reabilitação por alcoolismo e os primeiros show de sua nova turnê. Na clínica, ela conhece o enfermeiro aspirante a cantor Beau Hutton (Garrett Hedlund, de "Tron: O Legado"), um talentoso e jovem músico que se apaixona por ela quase instantaneamente. Ao iniciar os preparativos para a turnê, Canter pede ao marido e empresário, James (Tim McGraw, de "Um Sonho Possível"), que Hutton os acompanhe, fazendo os shows de abertura. Ele, no entanto, já tinha outros planos e havia contratado a jovem Chiles Stanton (Leighton Meester, do seriado "Gossip Girl"), ex-namorada do jovem, para isso. É assim que se instala, de forma um pouco forçada, o primeiro grande conflito da trama. Felizmente, os conflitos seguintes, que de fato levam o filme a frente, surgem de forma bem mais natural.


Apesar de todos os atores estarem muito bem encaixados em seus papéis, há alguns momentos ligeiramente curiosos que podem levar um ou outro espectador a uma pequena risadinha completamente desconectada das intenções dramáticas de Country Strong. Uma delas é a atuação particularmente emotiva de Gwyneth Paltrow que, em alguns momentos de bebedeira de Kelly Carter, nos faz desconfiar de que algo na cena soa familiar, e a tal risadinha vem logo em seguida, já que não demoramos muito a perceber que é da eternal junkie Amy Winehouse de quem estamos lembrando. Se Amy foi ou não uma inspiração de fato, não sei dizer.


Como em qualquer filme com propostas musicais, mesmo que não seja um musical dentro das mais completas definições do termo, este focou grande parte dos esforços na trilha sonora, e pode-se dizer que obteve sucesso na empreitada. A não ser que você deteste e abomine música country, é claro. Nesse caso nem sequer se dê ao trabalho de assistir o trailer. Nos demais aspectos, tanto técnicos quanto artísticos, fica a impressão que de falta um "algo a mais" para que alguém possa chamá-lo de "um grande filme". No entanto, cumpre bem o papel de divertir e emocionar o público e, felizmente, o gênero musical escolhido foi um mais próximo do country verdadeiro que se fazia há alguns anos, e não a estranha mistureba que tem saído do interior dos EUA.


[N.E.: Até o momento da publicação desse texto, Country Strong ainda não tinha título em português confirmado nem previsão de estreia no Brasil. Para se manter atualizado, siga nosso Twitter ou seja fã de nossa página no Facebook.]



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...