quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Zumbidos Heróicos

O que acontece quando a arte e o universo pop se encontram? Essa é fácil: acontece um filme. Se a arte em questão ficar por conta de Michel Gondry (diretor de vários videoclipes e dos fantásticos "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" e "Rebobine, Por Favor") e a parte pop for uma das séries mais aclamadas do século passado, já esperamos que aconteça um grande filme. Felizmente, O Besouro Verde ("The Green Hornet", EUA, 2011) não só atende como também supera essas expectativas.



Tendo Seth Rogen como produtor executivo, roteirista e protagonista, na pele do arrogante milionário Britt Reid, as gargalhadas são muitas. A história começa a se desenrolar quando, após a morte do pai, Reid descobre que demitiu o mecânico que fazia seu delicioso café todas as manhãs e chama Kato (Jay Chou, uma espécie de Kanye West chinês) para uma conversa, com a intenção de convencê-lo a voltar para o trabalho na mansão.


Depois de ver o incrível trabalho que ele havia feito nos carros do pai e, principalmente, na máquina de café que fabricou, o jovem fanfarrão descobre que, se unirem forças, podem ajudar as pessoas lá fora, no mundo real, combatendo o crime. É aí que Reid começa a usar o jornal que herdou do pai para "divulgar" o quase-herói, atraindo a ira dos chefes do submundo. Trapalhada após trapalhada, Kato sempre acaba tendo que salvar a pele do chefe, que sempre atraí o mérito para si.


O filme é baseado no personagem homônimo que surgiu numa série de rádio na década de 1930 e gerou dúzias de histórias derivadas, entre elas um seriado televisivo na década de 1960 estrelando Bruce Lee como Kato. A produção é impressionante, sem dúvidas o maior filme da carreira de Gondry, com um orçamento estimado de 120 milhões de dólares. Dinheiro o qual foi muito bem aplicado, trazendo também para o elenco a bela Cameron Diaz, como Leonore Case, a secretária criminologista de Reid, o oscarizado Christoph Waltz, como o "rei do crime" Benjamin Chudnofsky, cujo nome ninguém pronuncia direito, e ainda com uma pequena participação não-creditada de James Franco.


Além do elenco, a trilha sonora é impecável e os efeitos visuais são deslumbrantes, garantindo uma boa experiência ao assistir em 3D (assim como "Tron: O Legado", somente as cenas com efeitos digitais são tridimensionais, as partes puramente live-action são todas em 2D). O Besouro Verde junta diálogos extremamente engraçados e inteligentes com cenas de ação de tirar o fôlego, tudo isso sendo guiado pelas mãos talentosas de Michel Gondry. Se mantiverem a equipe nas possíveis (e já esperadas) sequências, uma trilgia será pouco. Quero pelo menos mais uns cinco, agora!

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