quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nunca Perde A Majestade

O líder de indicações ao Oscar desse ano, com 12 quesitos para tentar a sorte, chega ao Brasil esta semana para tentar mostrar aos brasileiros o porquê de seu sucesso com a Academia. “O Discurso do Rei” (King’s Speech, Inglaterra/Austrália, 2010) é baseado na história verídica do monarca britânico George VI. Após o falecimento do pai e a abdicação do trono pelo seu irmão mais velho Edward (Guy Pearce), ele se depara, agora com mais insegurança, com a sua aparente incurável gagueira. Prestes a liderar uma nação e prepará-la para a guerra, seu primeiro desafio começa com a comunicação.

Poster ODiscurso do Rei


A gagueira de George (Colin Firth) sempre foi um empecilho, antes mesmo de saber das condições pelas quais iria passar até se tornar rei. Depois de diversos tratamentos com doutores e especialistas de confiança, sua mulher (Helena Bonhan Carter) chega ao nome do terapeuta Lionel Logue (Geoffrey Rush). O trabalho de Logue ultrapassa os problemas biológicos-mecânicos e luta, durante toda a narrativa, para alcançar o psicológico de George. Esse caminho que envolve confiança e pessoalidade, tão complexo para alguém nobre e importante, é a linha que desenrola a trama.


The-Kings-Speech-larg-3

As provocações verbais, os diálogos estruturados de forma a cavarem o personagem, pouco a pouco, desembrulham para o espectador a clássica relação causa e consequência. A partir do momento que Logue ultrapassa todos os limites e medos do rei, e uma relação de amizade inesperada é estabelecida, a prova final começa a se aproximar.

KingsSpeechGlass

O filme esbanja cuidados na arte, que recria o ambiente dos anos 30 com fidelidade, desde o figurino até  arquitetura e elementos de cena. A atuação de Colin Firth é a comprovação de seu talento, que carrega muito bem o elenco com Geoffrey Rush e destaca, mesmo sem propósito algum, Carter, em um papel monótono e pouco relevante, que transparece uma vontade de voltar ao seu estado normal, que não é o habitual do resto dos seres humanos. Fora o elenco, a profundidade da questão da superação de desafios é explícita demais, e não é capaz de conquistar reflexão. Seus 118 minutos mereciam um algo a mais, nada muito grande ou talvez mais implícito, para ser considerado o melhor filme do ano.

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